Você é um Assassino?

1. INTRODUÇÃO

Continuando nossa trilha no sermão do monte, quero compartilhar com você Mateus 5:21-26.

21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento.
22 Eu, porém, vos digo que qualquer que [sem motivo] se irar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno. 23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão.
26 Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.

  • Nota Bíblia de Estudos MacArthur: Quando Jesus disse “Eu porém vos digo…”, Ele não estava alterando os termos da lei, mas apenas estava corrigindo o que eles ouviram da compreensão rabínica da lei.
  • Nota do Site: Conforme John MacArthur expõe mais abaixo, a expressão “sem motivo”, no verso 22, não consta nos melhores manuscritos.

Quem é um assassino? É sobre isso que nosso Senhor está falando. O assassinato é um problema muito sério no mundo. Todos os dias milhares de pessoas são assassinadas por meio de diversas formas brutais, alguns por motivos banais. Se levarmos em conta os assassinatos por via de abortos, o número de ocorrências ganha um patamar para lá de assustador. E o assassinato através do aborto tem sido cada vez mais legalizado [Clique aqui e leia 2 sermões de John MacArthur sobre o aborto].

No verso 21, Jesus diz: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás”. Esta ordem vem dos dez mandamentos, em Êxodo 20:13, onde Deus disse: “Não matarás”. Mas a Escritura tem muito mais a dizer sobre o assassinato do que apenas isso.

De fato, se voltarmos mesmo no Livro do Gênesis, encontramos no verso 9:6 esta declaração: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu, porque Deus fez o homem segundo a sua imagem”. Em outras palavras: “quem matar uma pessoa será morto por outra”, ou seja, trata-se da pena de morte para aqueles que derramam sangue, porque o homem é feito à imagem de Deus.

Agora, se você estudar Êxodo 20, você descobrirá que “não matarás”, significa “assassinato”, não se referindo à pena de morte. Por vezes, o exercício da vontade de Deus no julgamento de algumas nações, matar não foi considerado um assassinato. Não creio que “não matarás” tenha algo a ver com a autodefesa. Eu penso que temos o direito de proteger a imagem de Deus em nossas vidas e nas vidas de nossas famílias, quando somos atacados por aqueles que nos matariam.

O que a Bíblia está falando é de assassinato planejado e conspirado. Em Êxodo 21:14 lemos isso: “Mas se alguém agir premeditadamente contra o seu próximo, matando-o à traição, tirá-lo-ás do meu altar, para que morra”. É uma reafirmação de Gênesis 9:6. E Você vê isto repetido em outros textos, a exemplo de Números 35:16-19, onde encontramos a aplicação da pena de morte para homicidas. Era uma medida de proteção à sociedade, removendo homicidas de seu meio.

Quando Caim matou Abel, Deus lhe disse: “A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra, e agora maldito és tu desde a terra” (Gênesis 4:10-11). E é assim, desde o primeiro homicídio, o assassinato é uma questão bíblica. Deus rejeita o assassinato e ordenou a Israel a pena capital. E quem criou o homicídio? Jesus responde, em João 8:44, que foi Satanás, ao dizer que “Ele foi homicida desde o princípio”.

Em Mateus 15:19, o Senhor diz: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias”. O assassinato é uma manifestação da perversidade do coração humano. Ouça algo muito importante: assassinatos, roubos e todas essas outras coisas não acontecem por causa de problemas sociais, mas por causa do coração humano degenerado. O assassinato não acontece devido a situações estressantes, acontece porque é de autoria do próprio Satanás. Veja o que diz Romanos 1:

28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes,
29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores…
30 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.

O homem é um assassino porque ele tem uma mente reprovável que foi entregue ao mal por causa de sua rejeição a Deus. O assassinato é um crime que nasceu em Satanás e sai do coração do homem separado da vida de Deus.

Gálatas 5:21 diz que o assassinato é uma obra da carne, que procede da natureza humana não regenerada. Aprendemos também na Bíblia que o assassinato é uma abominação para Deus. Provérbios 6:16-17 diz que Deus odeia o homicídio. O assassinato é uma manifestação de um coração maligno. O assassinato é de autoria do próprio diabo. O assassinato é punível com a morte porque é uma intrusão na vida, que é criada à imagem de Deus. Apocalipse 22:14 diz que o homicida não tem parte no reino de Deus e nem na vida eterna com Deus.

A lista de assassinos bíblicos é longa e nós poderíamos passar longas horas falando deles. Como exemplo, temos Caim, Lamaque, Faraó, Abimeleque, Joabe, Davi, Absalão, Jezabel, Jeú, Joás, Manassés, Herodes, Judas e os sumos sacerdotes etc. O mundo sempre conviveu com a realidade dos assassinatos, muitos deles cometidos em grandes proporções. Vivemos temerosos quanto a esta realidade e tentamos nos proteger de alguma forma.

Você pode imaginar a reação dos escribas e fariseus quando eles ouviram Jesus dizer: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: quem matar estará sujeito a julgamento” (Mateus 5:21). Penso que eles disseram: “Amém, Amém. Estamos contra o assassinato. Nós fomos ensinados pela tradição rabínica que o assassinato é uma coisa má”. O pensamento de que eles não cometeram assassinatos foi uma maneira pela qual eles se convenceram de que eram justos. Eles estavam certos de que guardavam a lei de Deus, cumprindo o “não matarás”. Eles tinham certeza disso, assim como estavam certos de que nunca adulteraram.

E, na realidade, identificamo-nos com os fariseus nesse ponto, pensamos como eles. Mas, é precisamente onde Jesus quer atacá-los. Lembre-se, Jesus havia dito no verso 20: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”. E então, Jesus passou do versículo 21 ao versículo 48 para dar seis ilustrações de como nossa justiça deve exceder a dos escribas e dos fariseus. Assassinato foi apenas o primeiro ponto.

2. COMO O ENSINO DE JESUS SOBRE ASSASSINATO NOS AFETA:

Assim, Jesus lhes ensina algo sobre o assassinato que é literalmente chocante. É devastador. E isso nos afeta de três maneiras:

  • Afeta nossa visão de nós mesmos;
  • Afeta nossa visão sobre Deus;
  • Afeta nossa visão sobre os outros.

O que Jesus vai dizer é tão dramático que destrói tudo aquilo que nos faz ter uma atitude confortável. Ali estavam pessoas que eram convencidas de que nunca cometeram algum homicídio, mas Jesus detalha o conceito divino de homicídio. Foi algo chocante.

2.1. O ENSINO DE JESUS SOBRE ASSASSINATO AFETA NOSSA VISÃO DE NÓS MESMOS:

Em primeiro lugar, as palavras de Jesus atingiram a estrutura de justiça deles. Quando Jesus diz: “Ouvistes o que foi dito aos antigos”, Ele se referiu à tradição rabínica e não necessariamente à lei de Moisés ou à Palavra de Deus. “Os antigos” eram os rabinos. Esta era uma forma comum para se referir ao ensino rabínico do passado. Seria o mesmo de dizer: “Seu sistema religioso” ou “seu sistema tradicional”. E este ensino dizia: “Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo” (v.21).

O povo judeu, na época de Jesus, era totalmente dependente da tradição rabínica. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e Israel não mais falava o hebraico. Desde o cativeiro babilônico, eles falavam o aramaico. E assim, em certo sentido, as Escrituras hebraicas foram perdidas para eles.

E quando eles voltaram do cativeiro, ao invés de os rabinos, os escribas e os líderes judeus de uma forma geral providenciarem traduzir a Escritura para a língua que falavam agora, eles preferiram não fazê-lo e deixar o povo na ignorância. Eles não podiam realmente ler e entender o hebraico. E assim, os rabinos, escribas, fariseus e outros lhes diziam o que as Escrituras significavam. E isso lhes deu um tremendo poder sobre as pessoas, porque elas não podiam verificar se o seu ensino era verdade ou não.

Quando Israel voltou do cativeiro babilônico, os judeus que retornaram pegaram as Escrituras, na época de Esdras e Neemias, e as leram. Esdras e os levitas “leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse” (Neemias 8:8). Eles tiveram que explicar, porque as pessoas não conseguiam entender. E continuou assim até o dia de Jesus. Eles ouviam o que os rabinos tradicionais ensinavam, os quais distorciam e pervertiam a Palavra de Deus para seus próprios interesses.

Mas, de vez em quando, as coisas que eles ensinavam tinham uma base bíblica. “Não matarás” é bíblico. Eles estavam certos nesse ponto. Eles tiraram isso de Êxodo 20:13. E também a declaração de que “qualquer que matar será réu de juízo” também era verdadeira. Em Números 35:30-31 é dito que um assassino deveria morrer.

Mas, sua interpretação era superficial e acomodava a justiça deles. O julgamento, segundo eles, referia-se apenas a um tribunal civil local. O que eles estavam ensinando era: “Não mate, pois se você matar, você terá problemas com a lei”. Mas e quanto a Deus e Seu caráter sagrado? Ah, isso nem sequer entrava nos seus discursos. Eles tornaram isso tão mundano que nem mencionavam Deus ou o julgamento divino. Eles não disseram nada sobre atitudes internas. Eles não disseram nada sobre o coração. E assim, como eles não matavam, consideravam-se justos.

Porém, Jesus foi muito além da interpretação rabínica e, em Marcos 12:29-31, proferiu essas palavras:

O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.

Jesus mostrou que Deus sempre se preocupou com o coração do homem e não apenas com seus atos externos. Mas o ensino rabínico restringiu o alcance dos mandamentos de Deus, de modo que matar, para eles, era apenas um ato típico de assassinato. O Salmo 51:6 diz: “Eis que amas a verdade no íntimo”. E é por isso que Jesus diz em seguida:

Eu, porém, vos digo que qualquer que [sem motivo], se irar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno. (Mateus 5:22).

Antes de qualquer coisa, a expressão “sem motivo” ou “sem causa” não está nos melhores manuscritos. Então, a melhor tradução deste versículo é:

Eu, porém, vos digo que qualquer que se irar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.

Jesus simplesmente diz que não é apenas o problema do assassinato, é a questão da ira e do ódio no seu coração. Você não pode se justificar porque não mata, porque se há um ódio no coração, você é o mesmo que um assassino. E então, eu digo que o primeiro ponto dessa afirmação é que as palavras de Jesus afetaram a autojustiça deles, a forma como eles se viam, e, como nos vemos também.

Sempre estamos dizendo que nunca mataríamos uma pessoa, mas guardamos rancor, ira, amargura, desprezo e sentimentos contenciosos por ela, ou seja, desenvolvemos uma atitude que não permite reconciliação. E nosso Senhor Jesus está dizendo: “Isso é o mesmo que o assassinato, porque Deus olha para o coração”.

E então, quando Ele diz: “Eu porém vos digo…”, Ele despojou a interpretação rabínica e colocou a ênfase no lugar correto, de acordo com o que Deus quis dizer desde o princípio. Foi algo muito devastador, pois destruiu a autoimagem de todos que proclamavam sua autojustiça. E Jesus não falou de uma condenação civil por um tribunal humano, mas da condenação eterna.

Jesus está dizendo que o que está acontecendo dentro de você é o que Deus julga. Você pode estar odiando tanto quanto um assassino, embora não atente contra a vida física de alguém. E Jesus aqui não estabeleceu um grau de ódio, mas se referiu a qualquer grau e classificou todos como equiparados ao assassinato. Então, quem é um assassino? Eis aqui uma pergunta séria. I João 3:15 diz:

Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.

“Irmão” aqui é um sentido amplo e genérico e não apenas irmão espiritual, tem a ver com relações sociais. E quanto a isto estamos sempre procurando uma saída para justificar o ódio. Até mesmo os mais cruéis assassinos agem assim. E Jesus aqui está equiparando ambos como dignos do juízo eterno.

Os sociólogos e psicólogos dizem que o ódio nos leva para mais perto do assassinato do que qualquer outra emoção. E o ódio é apenas a extensão da ira, da raiva. O ódio e a ira podem nos matar, comendo-nos vivos por dentro. Tito 3:3 diz que “nós éramos noutro tempo insensatos… vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros”.

Jesus mostra que mesmo o melhor dos homens, se a verdade fosse conhecida, é o pior dos homens. Você e eu nos sentimos presunçosamente livres da acusação de assassinato e julgamos que somos justos diante de Deus, mas Jesus vem e diz: “Se você se ira ou odeia algum, você é um assassino”. E Ele usa três ilustrações para revelar este pecado no versículo 22. Vamos vê-los.

Primeira ilustração – “Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento”. E como eu havia dito, a expressão “sem motivo” não aparece nos melhores manuscritos, nem sei por que continuo lendo essa expressão. Motivos sempre poderíamos achar para a ira.

Agora, deixe-me dizer isso, há uma ira justa sobre a qual precisamos falar, pois não é dela que Jesus está falando aqui. Você sabe, houve momentos em que Jesus expressou muita indignação. Você pode ver isto, por exemplo, no início e no fim de Seu ministério (João 2:15-16 e Mateus 21:12-13), nas duas ocasiões, registradas na Escritura, em que Ele se indignou contra o comércio no templo e expulsou os que vendiam e compravam lá. Há momentos em que Deus despeja Sua indignação sobre o homem.

E há momentos em que um crente tem o direito de ficar bravo, zangado e indignado. Há muitas coisas acontecendo em nosso país que deveriam produzir um alto grau de indignação em nós. Basta olhar ao nosso redor e ver as tendências modernas, a perversidade na escola, nas artes, na TV etc. Não há como um verdadeiro crente não se indignar contra isto. Por isso Efésios 4:26 diz: “Irai-vos, e não pequeis”.

Mas não era sobre isto que Jesus estava falando no Sermão do Monte, mas da raiva egoísta. Você está com raiva de um irmão, algo aconteceu e você está realmente enlouquecendo. É algo que se enraíza no seu coração. E quando você tem rancor contra alguém, sustentando uma amargura em seu coração, você é tão culpado quanto um assassino. É algo grave, é uma declaração devastadora. Não é o que fazemos que define o que somos, mas os sentimentos que habitam em nossos corações. Isto é sério.

Eu não conheço um tribunal civil no mundo que daria a pena de morte a alguém por ter alimentado uma raiva contra alguém. Eles apenas fazem isto se alguém matar uma pessoa. Mas, o veredicto de Deus é que os dois são culpados de assassinato perante Ele.

Segunda ilustração – Está no versículo 22: “e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio”. O que isso significa? Essa pessoa também será condenada como um assassino. Esta é outra pessoa que deve ir a julgamento e obter a mesma pena de morte. Ele está dizendo aos judeus: “Vocês têm medo da pena de morte por homicídio? Nos termos de Deus, deveria ser a mesma penalidade para a raiva e deveria haver a mesma pena para quem disser “Raca” a alguém”.

“Raca” é um epíteto da época sem tradução. Não significa nada, era uma espécie de escárnio que realmente não se traduz. Naquela época, todos sabiam o que significava. Alguns dizem que seria algo como “idiota sem cérebro”, outros dizem “tolo”, “cabeça oca” etc. Era uma forma de menosprezo, visando atingir a personalidade ou a aparência da pessoa. Um desprezo arrogante. Seria hoje como desprezar alguém com palavras ou mesmo com gestos ou coisas parecidas, é a mesma coisa. Enfim, é o desprezo pelo outro.

O desprezo, diz nosso Senhor, é assassinato no coração. E Jesus diz: “será réu do sinédrio”. Agora me ouça: o que você sente pelos outros no seu interior é suficiente para condená-lo ao inferno eterno, tanto quanto o que você faz de forma visível aos outros. Essa é a mensagem.

Terceira ilustração – E ainda no verso 22, Jesus completa: “e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno”. No original significa o mesmo que a palavra “idiota” em nosso idioma. A raiz hebraica dessa palavra significa “se rebelar”. E, na Bíblia hebraica, um tolo [raca] era alguém que se rebelou contra Deus. Se você está, de fato, tratando com alguém rebelde contra Deus, tudo bem, mas se você está apenas demonstrando desprezo ou ódio, é um grave pecado digno de condenação ao fogo do inferno.

Agora você percebe a palavra “fogo do inferno” no final do versículo 22? É uma palavra muito séria. A palavra grega é uma referência ao vale de Hinom, a sudoeste de Jerusalém. Acaz e Manassés (reis de Judá) haviam permitido a realização de sacrifícios de crianças ali durante seus reinados (2 Crônicas 28:3 e 33:6) e, portanto, o vale era chamado de “vale da matança”. O rei Josias eliminou o culto maligno a Maloque, o deus pagão do fogo e amaldiçoou o vale para que não houvesse mais sacrifícios de crianças a Maloque (II Reis 23:10).

E tal era visto como maldito aquele vale, que nos dias de Jesus havia um depósito de lixo onde o fogo queimava continuamente, sendo assim um símbolo adequado do fogo eterno, lugar onde Jesus disse que “o verme não morre, e o fogo nunca se apaga” (Marcos 9:44). Perceba quão gravemente Jesus tratou este pecado.

2.2. O ENSINO DE JESUS SOBRE ASSASSINATO AFETA NOSSA VISÃO SOBRE DEUS

Suas palavras têm um segundo efeito nos versículos 23 e 24. Elas afetam não só sua autojustiça, mas eles afetam a adoração de Deus. E eu quero que você veja isso, pois é realmente muito forte e simples. Jesus trata da adoração. E a adoração era um algo importante para os escribas e fariseus. Eles estavam no templo todo o tempo adorando a Deus com sacrifícios e cumprindo a lei. Mas Jesus aqui condena esse culto. Veja os versos em Mateus 5:

23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.

Em outras palavras, a reconciliação vem antes do culto. Isto é muito forte. Qualquer judeu entedia essa cena que Jesus falou. Eles conheciam o padrão de adoração. A ideia de sacrifício para eles era muito óbvia e simples. O sacrifício era apenas um símbolo do coração obediente e arrependido, a atitude era o que mais importava.

E então, imagine aqui esta cena: no dia da expiação, o judeu vem e traz seu sacrifício ao sacerdote. Ele atravessa a parte externa do pátio do templo e entra na parte interna, então ele tira o sacrifício e o entrega ao sacerdote. E aí, ele coloca suas mãos sobre o sacrifício, simbolizando sua identificação com o sacrifício, enfatizando o caráter substitutivo do sacrifício. E o sacerdote leva o animal e faz o sacrifício. Mas Jesus disse que, se no momento em que o sacerdote pusesse as mãos sobre o animal, o que iria oferecer sacrifício se lembrasse que um irmão tem algo contra ele, deveria parar ali, e sair para buscar a restauração da paz com o irmão.

Isso não é nada novo. Eles sabiam disso. Este sempre foi o padrão de Deus. Em Isaías 1, Deus disse a Israel:

13 De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.
13 Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.
15 Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei…

E qual foi o motivo?

15 …porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
16 Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.
17 Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.

Em outras palavras, Deus está dizendo: “lide com seu irmão e depois lide Comigo”. Ah, é uma tremenda verdade. Em Isaías 58, Deus diz:

5 Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao Senhor?
6 Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?
7 Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?

Em outras palavras: “não venha até Mim com seu culto falso, ou seja antes que você tenha suprido a necessidade de seu irmão”. É o que nosso Senhor está dizendo. Isso não é nada novo para eles. Eles sabiam que a violação com o próximo vinha antes da ruptura com Deus, e teria que ser resolvido. Jesus estava dizendo àqueles religiosos: “Se vocês, fariseus, escribas e religiosos, vêm com toda essa parafernália de adoração com um coração assassino, não quero nada disso. Vão embora! E só voltem quando estiver tudo certo com seu irmão”.

E há algo ainda mais intenso nas palavras de Jesus. Ele não se refere apenas a você ter ofendido ao irmão, mas ao fato de o irmão estar ofendido com você. Veja bem: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti” (Mateus 5:23). Veja a que nível Jesus tratou a importância de relacionamentos corretos antes da qualquer adoração!

No versículo 22, Jesus diz que a ira contra o irmão sujeita o homem ao perigo da condenação. No 23, Ele diz que não quer adoração de quem negligencia um problema que exista entre ele e outro. Ele simplesmente diz: “deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5:24). Levítico 20:7 diz: “santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus” e I Pedro 1:16 diz: “Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”.

Podemos saber que alguém está chateado conosco e tem algo contra nós. Podemos não sentir qualquer animosidade contra aquela pessoa, mas não podemos nos acomodar em deixar aquela situação se perpetuar. O Senhor nos ensina a ir ao irmão em busca de pacificação. Romanos 12:18 diz que em tudo que depender de nós devemos buscar a paz com todos os homens. Deus não quer que alguém esteja bravo conosco, podemos ser considerados assassinos. São coisas bastante fortes.

Se você veio aqui hoje adorar conosco ao Senhor e convive com relacionamentos rompidos e problemas com outras pessoas, vá embora e fique longe até que você cumpra aquilo que Jesus ensinou no Sermão do Monte. Não se esconda na desculpa de que você não fez nada de errado, se você sabe que alguém tem algo contra você, busque a paz naquilo que depende de você.

Muitas vezes vejo pessoas preocupadas em como melhorar a adoração congregacional e vejo alguns pensando em algum tipo de música, harmonia musical, melhores sermões ou o que quer que seja. Mas, ouça, se você quiser melhorar a adoração, então, todos que tenham algo contra um irmão saiam e voltem quando estiverem feito aquilo que o Senhor nos ensinou. Então, veremos o poder do Espírito de Deus em nosso meio, amém? É difícil, mas esta é a manifestação de que somos filhos de Deus e verdadeiros adoradores.

Eu penso que todos os domingos há pessoas que vêm aqui, maridos e esposas que têm amargura entre os dois e tentam adorar a Deus. Mas, Deus não quer nada disso. Eu penso que há famílias que vêm onde há animosidade dos filhos em relação aos pais ou dos pais para com os filhos, e Deus não está interessado em sua adoração. Há sentimentos contra outros irmãos, amargura contra vizinhos e outras pessoas. E a Bíblia diz: “Vá embora. Você não pode oferecer nada a Deus. Ele não está interessado em sua adoração. É uma farsa”. Veja o que Samuel disse a Saul:

Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei. (I Samuel 15:22-23).

Você diz: “John, como encontro essa pessoa que está brava comigo?”. Bem, acho que a implicação do texto é que você sabe que esta pessoa está brava com você. Quero dizer, obviamente, há pessoas com raiva de mim, e eu nem sei disso. Eu não posso correr por aí perguntando a todos. E outras vezes, quando sei que alguém está bravo comigo e tento conciliar com essa pessoa e faço o meu melhor, peço perdão, mas ela não me perdoa, fiz o melhor que posso. Tentei tudo que dependia apenas de mim. Não há mais nada que eu possa fazer. Então, eu sou livre para adorar a Deus.

Devemos procurar nos reconciliar com algumas pessoas. É muito difícil. Há algumas pessoas com as quais devemos nos reconciliar, mas nem sabemos se elas se sentem assim. Mas escute, quando eu sei disso, devo fazer o que Jesus disse que devo fazer. É um ensino claro e absoluto.

2.3. O ENSINO DE JESUS SOBRE ASSASSINATO AFETA NOSSA RELAÇÃO COM AS OUTRAS PESSOAS

Ele já apresentou isso nos versículos 23 e 24. Ele já disse isso. E agora Ele dá um exemplo específico nos versos 25 e 26.

25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão.
26 Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.

O Senhor nos dá uma imagem gráfica da situação. Ele está dizendo que é melhor ir e se acertar com o seu irmão. Jesus exige que a reconciliação seja buscada com disposição, de maneira ativa e rapidamente, mesmo que isto envolva sacrificar-se. É melhor sofrer uma injustiça do que permitir que um problema entre irmãos seja causa de desonra a Cristo (I Cor. 6:7).

E Ele usa uma ilustração emprestada do antigo método legal de se lidar com devedores na sociedade judaica. A ideia é que você está adorando e tem uma dívida. E chegou ao ponto onde você está sendo arrastado para o tribunal por causa da dívida. Esta é uma coisa muito importante.

A chave sobre isso está no versículo 25: “Entra em acordo sem demora com o teu adversário”. Ou seja: “Vá, faça isto agora, porque amanhã talvez seja tarde demais. Você será lançado na prisão e ficará lá sem a possibilidade de nunca pagar essa dívida, que ficará muito alta”.

Agora, nosso Senhor – observe – concentra-Se no culpado. Nos versos 23 e 24, está dizendo, essencialmente: você está lá no altar e sabe que alguém te odeia, alguém está bravo com você. Pode haver culpa de ambos os lados ou de um lado só. Resolva essa questão fora do tribunal. É o que Ele está dizendo.

Na lei judaica, quando um homem era julgado culpado como devedor, ele era entregue ao oficial do tribunal, que exigiria do indivíduo o pagamento ao credor. Se o oficial não conseguisse o pagamento da dívida, ele lançava o indivíduo na prisão até que ele pagasse tudo. O ponto é que se você está na prisão, você pode nunca conseguir pagar nada. Por isso Jesus aqui está dizendo: “resolva tudo fora do tribunal, concilie-se antes que haja um julgamento severo e você não possa mais conciliar nada”.

Agora, o que Ele quer dizer aqui? Ele quer dizer que a pessoa a quem você deve morreu e você não poderá mais reconciliar? Ele quer dizer que chegará o tempo em que Deus irá castigar você e julgá-lo, e será tarde demais? Possivelmente, ambas as coisas. Ele realmente não explica isso. Mas o que Ele diz é isto.

Você não pode adorar a Deus, a menos que suas relações estejam corretas. Então, com pressa faça com que elas estejam corretas. Não deixe as coisas irem para o lugar onde haverá um julgamento e alguém perderá no final. Não deixe isso ir longe demais. É sobre isto que Jesus está alertando. E acredito, em uma análise final, que Ele está dizendo que Deus é o verdadeiro juiz, e o inferno é o verdadeiro castigo. E se você não faz as coisas corretas, você pode encontrar-se em um inferno eterno com uma dívida que nunca poderá ser paga.

3. CONCLUSÃO

Resumindo, em outras palavras, Jesus está dizendo:

Vocês fariseus e escribas, que dependem de sua própria justiça, só porque vocês não matam, pensam que são santos, deixe-me dizer-lhes algo: Se vocês guardam ira, rancor e mágoa contra alguém, se não perdoam, se tratam alguém de forma depreciadora ou perversa, vocês são como um assassino. E, assim, se vocês chegarem ao altar para adorar a Deus e tiverem algo contra seu irmão, ou souberem que o irmão tem algo contra vocês, correm o risco de julgamento, sua adoração é hipócrita. Pare tudo e vão se reconciliar com seu irmão e só depois voltem para adorar. Quando vocês entrarem em conflito com alguém, imediatamente, o mais rápido que puderem, resolvam esse problema, porque vocês também estão em perigo do inferno.

Essas palavras de Jesus destroem o conforto, a confiança, a presunção e estabelecem um padrão elevado que ninguém pode manter se não for pelo poder do Espírito Santo. Qualquer coisa que não seja um coração livre de reservas, iras, rancores, desprezos e indiferenças nos torna hipócritas e falsos adoradores, fazendo-nos dignos do juízo e do inferno eterno.

Quem é um assassino? Pergunte a si mesmo, quem é um assassino? Você já permitiu o conflito, amargura, ódio, raiva, desprezo, indiferença entrar em seu coração? Quem merece a morte e o inferno? O assassino é digno deles. O salário do pecado é a morte. O que vamos fazer a respeito disso?

Jesus estava ali mostrando àqueles religiosos a inadequação deles, o mínimo que eles poderiam sentir era uma total frustração consigo mesmos. Jesus, homem perfeito, morreu a nossa morte, a morte que merecíamos. Somos todos assassinos, assim como eram todos os fariseus, escribas etc. Deus imputou a Sua justiça sobre os crentes. Esse é o significado do evangelho.

E, por sinal, o assassinato é apenas um dos crimes que cometemos. Há um monte de outros. Então, somos trazidos novamente ao fato de que, pelas obras da lei, nenhuma carne será justificada. Mas a justiça que precisamos desesperadamente vem como um presente de Deus. Paulo chama isso de “justiça de Jesus Cristo imputada a nós”.

Deixe-me fechar com isso. Deus teve todas as razões para se irar conosco. Ele teve todos os motivos santos para nos odiar, desprezar e nos amaldiçoar com justiça. Mas, apesar de sermos imundos e assassinos, Ele nos ama e perdoa nossas dívidas. Ele veio ao mundo para reconciliar o homem com Deus, pois Ele quer comunhão conosco. Isso não é incrível? Ouça isto: Se um Deus absolutamente santo deseja reconciliar com assassinos vis como nós, como podemos rejeitar a reconciliação com nossos irmãos? Deus define o padrão. Vamos orar.

Obrigado, Pai, novamente, esta noite por essa palavra forte. Oh, estamos sentindo o poder do Senhor Jesus! Suas palavras nos cortam. Elas descobrem os mais profundos segredos de nossos corações. Elas nos tiram da nossa justiça própria. Desmascaram a loucura do pensamento que diz que temos sucesso espiritual. Somos redimidos, e somos salvos, a maioria de nós, mas ainda somos doentios e pecaminosos. Obrigado por Tua graça. Obrigado por ter nos cobrido com uma justiça não nossa. Obrigado por ter morrido por nós, então não temos que pagar a penalidade que merecíamos.

Oh, Pai, ajuda-nos a viver o tipo de vida que devemos viver. Agora que o Senhor nos deu Tua justiça e  também nos deu Teu Espírito Santo, temos o poder de superar a raiva. Temos o poder de superar a adoração hipócrita. Temos o poder de nos reconciliar com um irmão. Temos o poder de resolver nossas diferenças, em Teu Espírito. E então, oramos para que façamos isso seguindo o Teu exemplo para conosco, para que possamos viver como filhos do reino, dar glória ao Rei, a quem amamos e a quem devemos tudo. Amém.


Esta é uma série de  sermões de John MacArthur sobre o Sermão da Montanha

Clique aqui e veja o índice com os links dos sermões traduzidos já publicados desta série

Clique aqui e veja também o índice com os links dos sermões traduzidos sobre o Evangelho de Mateus


Este texto é uma síntese do sermão “Who Is a Murderer?”, de John MacArthur em 29/04/1979.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/2214/who-is-a-murderer

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

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2 Responses

  1. Vinicius Lucian Trindade Camargo disse:

    Boa noite, tudo bem?
    Sobre esse tema o que me deixa em dúvida é o seguinte, uma vez discuti com meu irmão, e no calor do momento eu ofendi ele, e logo pedi desculpas pelas ofensas, queria saber se há perdão, pois diz no texto se chamar de louco será reu do inferno, mas o contexto dá a entender, que se houver acontecido isso, deve se reconciliar com seu irmão às pressas, é isto, ou é tipo um pecado imperdoável, sendo feito não há perdão?!
    Pois todos estamos sucetíveis a este pecado.

  2. Administrador disse:

    Irmão
    Jesus estava tratando com um povo que se habituou a cumprir regras exteriores como meio de ganhar a salvação (a heresia da salvação pelas obras). Para a religião falsa, o descumprimento dos rituais construídos por homens era causa de condenação. Eles não se importavam com as atitudes interiores, aquelas que estão ocultas no interior do homem e que só Deus pode ver. No sermão do monte, Jesus demonstrou especificamente que Deus não olha para o exterior, mas para o interior, e que eles não cumpriam a lei que eles diziam cumprir, e que a lei estava condenando eles ao inferno (não há salvação pela lei).
    Quando Jesus salva um homem, esse é selado pelo Espírito Santo, ou seja, uma transação irrevogável. A salvação é um assunto resolvido entre Deus e o seus verdadeiros filhos (os que de fato nasceram de novo). Quando um genuíno novo nascido peca, ele vai reconhecer seu pecado e se arrepender. Se não proceder assim logo, Deus o disciplinará (não é castigar, pois o castigo que era nosso já foi colocado em Cristo). A salvação não é como uma cotação de ações na bolsa de valores, que um dia está em alta e outro em baixa. A salvação é um assunto resolvido naqueles que foram justificados por Jesus Cristo. Sugiro que leia os textos abaixo:

    A Garantia que Temos em Cristo
    A Perseverança dos Santos – 1

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