“A Cabana”: Fonte de heresias

Estamos diante de mais um ataque de Satanás contra o evangelho. Um livro, que certamente será transformado em filme, ganhou enorme popularidade, foi aceito sem critérios pela maioria dos cristãos, e, o que é mais grave, endossado por boa parte dos pastores. Em síntese, o livro atenta diretamente contra a mensagem do Evangelho, nega sorrateiramente princípios elementares ensinados por Jesus e, na prática, nega o juízo eterno.

Seu autor é adepto do “universalismo cristão” e não crê na Bíblia como a Palavra de Deus. A heresia do “universalismo cristão” que tomou força no século XIX, mas que já era combatida pela igreja primitiva, entre outras coisas, defende que todos serão salvos, mesmo que seja após a morte, sem necessidade da experiência do novo nascimento. Em suas variantes defende até mesmo a regeneração de Lúcifer. Nega o inferno. Trata Deus como um bom velhinho, tipo um papai noel.

Esta é a velha tática da antiga serpente com sua velha argumentação: Assim que Deus disse? No principio os cristãos eram levados ao perdão pelo Evangelho, hoje por livros de autoajuda que enfraquece a visão do todo poderoso, feminiliza e sexualiza a natureza de Deus, tornando nosso igual ( Is 40.25;46.5). Tenta transformar O Rei do Universo em criatura.

Essa tentativa não é nova nem isolada, esse é outro evangelho, intelectualizado, fruto de uma mente que resiste aceitar submeter-se, um evangelho humanista que insiste em trazer soluções ao homem pelo homem, sem cruz, sem morte e sem arrependimento. Esse é o evangelho de Caim. “A Cabana” é o mais novo cavalo de troia dentro da igreja, como todos os livros de auto-ajuda.

Deus é descrito imagem e semelhança de homens, numa atitude de redefinição no que demonstra a ideia de um deus que não exige obediência, que mantém um relacionamento de amor independente e incondicionalmente. Não condena o pecador nem o pecado, nem faz que se sintam culpados pelos seus pecados. Esse deus não julga ninguém, nem se importa como estas pessoas vivem. Stephen Kaung escreveu:

Não havia nenhum outro que tivesse maior intimidade com Jesus que o apóstolo João, entretanto, na ilha de Patmos, quando ele recebeu a visão do senhor ressurreto, ele caiu como morto.

Precisamos ver Jesus como o Filho do homem, que foi morto por nossos pecados, mas também precisamos vê-lo como o Senhor da Glória, Rei dos Reis, que julgará todas as nações.

Um erro grave na maneira como o autor retrata a Trindade. Ele afirma que toda a Trindade encarnou como o Filho de Deus, e que a Trindade toda foi crucificada. Ambos, Jesus e “Papai” (sic) levam as marcas da crucificação em suas mãos (contrariamente a Isaías 53.4-10).
Este engano leva ao modalismo, ou seja, que Deus é único e às vezes assume as diferentes modalidades de Pai, Filho e Espírito Santo, uma heresia condenada pela igreja primitiva. Young também faz de Deus uma deusa, feminilizando e sexualizando Deus.

Expressa uma bondade que existe dentro do homem, como se estivesse em progresso espiritual, contrariando todas as verdades do Evangelho e da Palavra que se refere ao homem como decaído estragado e perdido (Romanos 3.12).
O autor crê que Deus está limitado por seu amor e não pode praticar justiça. Porém, a Bíblia declara que o amor de Deus e sua justiça são dois lados da mesma moeda – igualmente partes da personalidade e caráter de Deus (Isaías 61:8; Oséas 2:19; Romanos 9:13)

Ao dizer que na cruz, Deus perdoou toda a humanidade, tanto os que se arrependeram quanto os que não, sendo que alguns escolhem um relacionamento com Ele, mas Ele perdoa a todas igualmente, o autor desmancha em frangalhos toda a essência do evangelho.
Rejeita o princípio da autoridade, esteja na igreja ou no governo, sendo apontado como ruim. Porém, na Bíblia, Nosso Deus é um Deus de ordem (Jó 25:2). Deus nos deu regras para funcionamento da igreja.

O autor crê que Deus nunca vai julgar as pessoas pelos seus pecados. Porém, A palavra de Deus repetidamente chama o homem a fugir do julgamento de Deus através da fé em Jesus Cristo, Seu Filho (Rom 2:16; 2 Tim 4:1-3).
Diz que Jesus está andando com todas as pessoas em suas diferentes jornadas a Deus e não importa qual caminho você pega para Ele. Porém, na Bíblia, Jesus disse “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6) e “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (João 14:21).

O autor crê que Deus se submete a desejos e escolhas humanas. Porém, biblicamente falando, de maneira alguma Deus se submete a nós. Jesus disse “Estreito é o caminho que leva a vida eterna”. Nós é que devemos nos submeter a Ele em todas as coisas, para sua Glória e por aquilo que ele fez por nós (Mateus 7:13-15).
Ensina que a justiça nunca vai acontecer por causa do amor. A Bíblia ensina que o juízo virá sobre todos os ímpios. O autor crê que não existe julgamento eterno ou tormento no inferno. Porém, na Bíblia, a própria descrição de Jesus do inferno é muito vívida … não pode ser negada (Lucas 12:5; 16:23).

Enquanto a “reconciliação universal” ensina que a salvação pode ocorrer após a morte, a Bíblia diz, “aquele que não crê já está condenado, porque não creu no nome único Filho de Deus” (João 3:18). Para o autor, não é necessário fé ou reconciliação com Deus, pois todos conseguirão ir para o céu. Não há absolutos na Bíblia. Porém, na Bíblia Jesus disse que “somente aqueles que crerem em mim terão a vida eterna” (João 3:15; 3:36; 5:24; 6:40) e que “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mat. 7:21).

Induz que Jesus está constantemente sendo transformado conosco. Porém, na Bíblia, Jesus, que habita no esplendor do Céus, está assentado à direita de Deus, reinando e governando o universo. A Bíblia diz, “Nele não existe mudança alguma, porque Ele é ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 11:12; 13:8; Tiago 1:17).

Por fim, insinua que o mundo seria melhor se fosse governado por uma mulher, pensamento em linha com a era de aquários, conforme o movimento espiritual nova era, e não pelas verdades de Deus (Is.3:12).

Uma coisa é certa: tudo que foge da mensagem do Evangelho é aclamado pelas multidões. Os homens estão querendo ouvir as filosofias de mestres escolhidos conforme suas inclinações (II Tim 4:3).
Se você deseja ler um bom livro de ficção cristã, recomendamos “Em Seus Passos O Que Faria Jesus”, escrito no século XIX, onde Charles Sheldom descreve o impacto da mensagem do Evangelho na vida de algumas pessoas que viviam um cristianismo hipócrita. Uma história fascinante e de profunda fidelidade à mensagem do evangelho. Ou então o histórico e tremendo escrito de John Bunyan “O Peregrino”.


Em um blog foi feita uma observação, por uma visitante, afirmando que o livro tinha coisas boas, o autor do blog responde de forma precisa. Veja abaixo a colocação e a resposta:

– Tamirez diz:

Boa noite, estou quase no final do livro e algo me tocou para procurar mais informaçoes sobre ele, antes de indica-lo para alguem. Não li ainda esse link em inglês, mas soh de passar o olho em algumas das heresias q vc listou lembrei de suas respectivas passagens do livro. Posso estar sendo até meio ingenua, mas acredito q em outras passagens do livro, ele não seja totalmente herético, pois entre outras coisas fala da salvação em Cristo Jesus, da renuncia do nosso EU para segui-lo e sobre o amor incondicional de Deus Pai. Quero mto me aprofundar mais nesse assunto, pois este livro vem influenciando milhões de crentes e não crentes. Graça e paz

– Murilo Responde:

Olá Tamirez, obrigado pela visita a nosso blog.

Sim, a Cabana tem influenciado muitos crentes e não crentes. E esse tem sido um dos motivos pelos quais estamos analisando esse livro, pois ele tem influenciado diretamente a forma como muitas pessoas vêem e verão a Deus. Portanto, devemos analisá-lo à luz das Escrituras, como fizeram nossos irmãos bereanos (Atos 17:11), que por isso foram considerados mais nobres do que outros irmãos.

Algumas das heresias apontadas na Cabana são tão gritantes que duas pessoas fizeram uma listagem das 13 Heresias da Cabana totalmente independentes um do outro e listaram basicamente as mesmas heresias (Dr. Michael Youssef, pastor e Normal Geisler, teólogo). Quando eu li a Cabana pude listar pelo menos mais três heresias importantes, fora outras representações erradas de Deus. Você mesma percebeu esses erros.

Quando você fala sobre o livro talvez não ser totalmente herético, acredito que exista sim um pouco de ingenuidade. Por dois motivos: primeiro, vamos supor que o livro contenha 95% de heresias e 5% de verdade. Seria um bom livro para se ler, para se alimentar? E se a proporção fosse 80% heresias e 20% de verdade? Seria mais aceitável? E talvez, 50 a 50? Você se alimentaria de um livro assim? Vamos supor que fosse um bolo de chocolate, quanto de sujeira você aceitaria no bolo para comer? Se ele fosse 50% chocolate e 50% fezes? Você comeria? E se a proporção fosse 80% e 20%? E 95% e 5%. 99% e 1% talvez? Ninguém em sã consciência aceitaria um pedaço de bolo desses. Porque fazemos isso então com nossa mente, procurando o pouco que houver de bom no “bolo”, como se não houvesse outros alimentos melhores e não contaminados? O quanto você aceite de heresia em livro para considerá-lo um bom livro cristão?

O segundo motivo é que os pontos que você apresentou como não heréticos, estão no mínimo deturpados. Deixe-me mostrar-lhe o porquê. Por exemplo, quando o livro fala sobre o amor incondicional de Deus, ele apresenta um amor de forma diferente daquela apresentada na Bíblia. O amor de Deus é incondicional e grande quando comparado com sua justiça, com sua ira. Quando esses atributos de Deus lhe são retirados, seu amor deixa de ser incondicional, amor por pecadores, inimigos de Deus, que precisou que Jesus derramasse seu sangue para que pudéssemos ser salvos. Passa a ser amor por criaturas que no fundo são boas, não dignas da ira de Deus. Gostar de alguém bom não é incondicional, qualquer um pode fazer isso. Mas amor incondicional é aquele que, ainda nós sendo pecadores, Cristo morreu por nós (Romanos 5:8) quando a ira de Deus foi colocado sobre ele (Isaías 53:5).

Veja que mesmo algo simples como o amor de Deus pode ser facilmente deturpado, dando falsas esperança, e uma visão de Deus bem diferente daquela apresentada nas Escrituras. E eu não estou falando sobre interpretação bíblica, mas sim sobre aceitação da verdade como revelada por Deus.

Um outro ponto que talvez não pareça herético é a salvação em Jesus Cristo. Quando Mack pergunta sobre cristianismo para “Jesus” esse responde que ele mesmo não é cristão e que os salvos estão em várias religiões, sem precisarem de colocar sua fé em Cristo. Essa é a salvação apresentada no livro. Ou seja universalismo. A Bíblia é bem clara nesse ponto. João 3:18 diz que todo aquele que nele Crê será salvo, mas o que não crê já está condenado. Versões bastante diferentes.

Quero te encorajar a se aprofundar nas verdades das Escrituras. Desenvolva uma visão de mundo cristã, para que você possa perceber quando uma mentira está inserida dentro de uma verdade. Lembre-se do bolo.


Um irmão escreveu:

Estamos enfrentando o racionalismo, herança do iluminismo. Tudo que não pode ser aceito pela razão deve ser rejeitado. Querem explicar Deus com idéias fantasiosas, Paulo chamou de fábulas. Estão oferecendo um deus de uma perspectiva totalmente humanística, isto afetará diretamente a fé desta geração e aniquilará a futura (se houver). Estamos descendo em velocidade suicida. Teremos um deus mitológico, um cristo mitológico, uma trindade mitológica. A questão não será entender a humanidade, perderemos a compreensão da divindade.

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8).

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