Divórcio e Novo Casamento – 5


Este é o quinto de 6 sermões sobre Mateus 19:1-12, quando Jesus foi questionado pelos fariseus sobre o divórcio e o novo casamento. Nesses sermões, John MacArthur faz um extenso estudo da Palavra de Deus, envolvendo vários textos bíblicos que tratam do princípio bíblico da indissolubilidade do casamento e a exceção mencionada por Jesus.  O texto abaixo é continuação do quarto sermão. Para entendimento do assunto é imprescindível a leitura dos quatro sermões anteriores e do sexto e último sermão da série, conforme links no final deste texto.  


Retornamos hoje a Mateus 19:1-12, onde estamos olhando para o ensino de Jesus sobre o assunto do divórcio. A Palavra de Deus toca todas as dimensões da vida, mesmo quando ela não trata um assunto diretamente, ela fornece princípios que o Espirito Santo pode usar para conduzir a vida de uma pessoa.  A Palavra de Deus é um tremendo tesouro, uma bússola, um Santo livro que nos traz respostas de tudo que precisamos conhecer. E um dos assuntos com os quais a Bíblia trata é o divórcio.


John MacArthur então fez uma breve revisão dos 4 sermões anteriores sobre Mateus 19:1-12. Não transcrevemos aqui por acharmos imprescindível a leitura completa dos ricos sermões anteriores (links no final deste texto), onde há um passeio por muitos textos bíblicos e uma abordagem profunda da conversa de Jesus com os fariseus e com os discípulos. Se você leu o quarto sermão, perceberá que o parágrafo abaixo é uma continuação.  


Agora, tenha tudo que vimos nos sermões anteriores em mente. Você pode estar pensando: “bem, Mateus 19:1-12  não responde muitos problemas que acontecem. Não trata do que acontece quando você vem para o Senhor e seu passado está todo bagunçado, nem do que acontece quando você vive com alguém ou se você já se casou cinco vezes e agora não sabe dizer quem é sua esposa, e tudo o mais. Não lida com nada disso”.

E eu diria que você está certo. Você deve observar que Jesus está apenas estabelecendo o ideal divino e que não está lidando com as exceções, você entende?

Nesse momento Ele não precisava lidar com outras questões. Jesus está afirmando Sua messianidade e Ele o faz alinhando-se com a Palavra clara do Deus vivo. Ele estava afirmando: ‘Eu falo por Deus’. Assim, Ele não lida com muitas outras questões, mas permanece fiel à revelação de Deus. Jesus disse, em Mateus 5, que veio cumprir a lei, não alterá-la, não eliminar a lei, não destruir a lei, mas cumpri-la, e assim, afirma o ideal divino. E não lida com todos os tipos de questões que envolvem esse assunto do casamento e divórcio.

Agora, também tenha em mente que Ele está falando com um grupo de judeus que viveram toda sua vida sob a economia de Moisés. Ou seja,  eles estavam presos, em um grau ou outro, à sua própria interpretação da lei mosaica. E assim, eles estão em um ambiente mosaico e Jesus está simplesmente lhes afirmando o ideal pretendido por Deus, dado ao povo de Israel.

Você pode estar pensando, então: “como lidamos com todas as questões que derivam do assunto casamento, divórcio?” E isso é o que eu sei que esteve em sua mente nas últimas quatro ou cinco semanas. Sei que você está ansioso para saber o padrão bíblico para quando o padrão ideal do casamento é quebrado, como nos casos de pessoas que conviveram com vários parceiros antes de se tornarem cristãos, ou mesmo que se casaram algumas vezes e que precisam saber qual a disciplina bíblica sobre o assunto.

Jesus não entrou nessas questões, mas, Paulo o fez [Nota: a igreja é edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Efésios 2:20)]. E, se você abrir sua Bíblia no capítulo 7 de 1 Coríntios, examinaremos o ensino dado por Paulo. Jesus deu o ideal divino e Paulo teve que lidar com a bagunça que estava acontecendo no mundo e tentar fazer a aplicação desse ideal divino ao caos da vida.

Agora, tenha isso em mente: Paulo estava ministrando, nessa Carta, a uma comunidade gentia, que não vivia debaixo da lei de Moisés. Os coríntios não tinham sido criados para guardar a lei de Moisés. Logo, sua vida era literalmente uma bagunça do começo ao fim.

Havia muito menos caos na comunidade judaica, por causa da legislação mosaica, do que no meio dos gentios, onde não havia lei mosaica. E eu creio que 1 Coríntios 7 é o comentário de Paulo sobre o ensinamento de Jesus sobre casamento e divórcio. Perceba que Paulo interage com o ensinamento do Senhor, por exemplo, no versículo 10: “Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor…”. Em outras palavras, ele estava dizendo: ‘olha, eu vou te dizer algo sobre se casar que não é apenas de mim, pois o Senhor já disse isso’. Então, ele está fazendo menção, reafirmando o que o Senhor já tinha ensinado.

Mas, então, no versículo 12, Paulo afirma: “Mas aos outros digo eu, não o Senhor…”. Em outras palavras: ‘isso é algo novo, o Senhor não disse isso, eu não estou citando as palavras que o Senhor pronunciou a esse respeito’. Ora, ele não está negando a inspiração divina, queridos, mas ele está se colocando em um plano de igualdade com o próprio Senhor. Ele está dizendo: ‘o Senhor não disse isso, mas estou dizendo isso e o efeito de eu dizer é tão importante como se o Senhor mesmo dissesse isso’.

E você pode questionar: ‘quer dizer que o que Paulo disse é igualmente importante quanto o que o Senhor disse?’. Sim, é, porque o que o Senhor disse veio de Deus e o que Paulo disse veio de Deus, o Espírito Santo, certo? E não há graus de importância no ensino bíblico. É por isso que sempre tive problemas com as Bíblias de letras vermelhas (que destacam em letras vermelhas as palavras ditas diretamente por Jesus)… As letras vermelhas não são mais importantes do que as outras letras. Se você quiser ter uma Bíblia com letras vermelhas, está tudo bem. Apenas saiba que o que está escrito em vermelho não é mais importante, porque quando Paulo diz: ‘o Senhor disse isso e agora digo o mesmo, como o Senhor disse’, ou ‘o Senhor não disse isso, mas eu estou dizendo’, tudo o que ele está fazendo é se colocando em um plano igual com o Senhor.

E, no final do capítulo, no versículo 40, ele diz: “Eu sei que tenho o Espírito de Deus”. Ou seja: ‘Não estou apenas a dar-lhe as minhas opiniões. Eu sei que tenho o Espírito de Deus. Mesmo que eu não tenha nenhum comando direto do Senhor (v.25), eu estou lhes dando o meu juízo sobre o assunto e eu sei que vem do Espírito de Deus’. Assim, Paulo está usando o que o Senhor ensinou sobre o assunto e comunicando um pouco mais para resolver alguns dos problemas, algumas das lutas que aqueles irmãos enfrentavam.

Agora, deixe-me apenas dar uma boa ideia do contexto em que Paulo escreve aos coríntios, para que você tenha uma ideia mais clara acerca do que o apóstolo estava lidando na prática. E é muito parecido com a nossa própria sociedade.

Paulo estava lidando literalmente com uma ‘situação coríntia’. Explico: o sentido da palavra que correspondente a  ‘corintianizar’, na língua grega, é ‘destinado a cometer pecado sexual’. Então, você tem de cara uma pequena ideia do que Corinto era, certo? Era um lugar podre, miserável, pecaminoso e vil. Naquela época, quando se queria falar sobre alguém como sendo uma pessoa lasciva, má, vil, fornicária e adúltera, era só chamá-la de ‘coríntio’. Então, esse era o tipo de sociedade na qual aquela pequena igreja nasceu. Era uma sociedade de vida imoral, vil e perversa.

Além disso, os coríntios estavam envolvidos na adoração de todos os tipos de divindades. Estive nas ruínas de Corinto. Eu vi literalmente réplicas grotescas de órgãos humanos pendurados em todo o lugar. Era definitivamente um lugar onde ocorria um tipo de culto depravado, o que não era incomum nos sistemas de culto pagãos.

Assim, uma igreja nasceu naquele lugar pelo maravilhoso ministério do Espírito de Deus através do apóstolo Paulo, como você sabe, e agora, aquelas pessoas estavam vindo a Cristo, mas elas não provinham de uma cultura que tinha a correta compreensão do que é moral e do que é ético. Elas estavam chegando a Cristo em um estado civil absolutamente caótico. Eu vou clarear mais esse cenário para que compreendam bem.

Grande número da população daquela parte do mundo romano era escrava. A maioria da população era formada por escravos. No império romano havia muitos, muitos escravos e muitos deles se tornaram cristãos. Alguns estudiosos creem que a maioria da igreja naquela época era formada por escravos. O casamento, no sentido estrito, ou seja, civil, reconhecido por lei, nem sequer existia para os escravos. Eles não tinham direito, então, a se casar.

Os escravos eram como animais. Um fazendeiro não casa as suas vacas, nem seus cavalos. Ele os põe para acasalar. E, assim, os senhores não casavam os escravos, eles os colocavam para acasalar. Havia uma união chamada de contiburnium, que basicamente significava companheirismo de tenda e funcionava assim: o senhor ou dono dos  escravos os inspecionava e os colocava para acasalar, a fim de que eles produzissem mais escravos. E os donos juntavam os escravos que consideravam os melhores, a fim de que estes lhes gerassem bons escravos.

Não havia qualquer cerimônia. Os escravos apenas entravam em um relacionamento. Muito parecido com a sociedade contemporânea. A propósito, na semana passada encontrei um modelo de documento oficial pelo qual duas pessoas se comprometem entre si a ter relações sexuais sob a condição de que nenhum deles está comprometido com o outro por qualquer outra forma. Trata-se de um documento que pode ser assinado e registrado. Mas, quanto aos escravos no império romano, eles nem sequer tinham isso. Não havia nada. Eles simplesmente se mudavam para as tendas e passavam a viver juntos.

Agora, vamos presumir que um escravo tivesse diferentes donos e tenha tido diferentes relacionamentos contriburnium. E, de repente, ele vem a Cristo. Agora ele é um cristão e ouve o ensino do Senhor sobre ‘um homem para uma mulher, para a vida toda, nenhum divórcio, nenhuma fornicação’. E ele olha para si mesmo e olha para trás e pensa sobre todas aquelas várias mulheres com as quais ele pode ter gerado filhos, e pensa com quem ele agora está morando e sua pergunta é: ‘E agora, o que eu faço? Quem é minha esposa? Onde estou?’ E esse era um problema muito real.

Havia ainda o usus, que era o modo de casamento para as pessoas comuns na sociedade romana, que não eram escravas. O usus funcionava assim: se um homem morasse com uma mulher por um ano, eles eram considerados legalmente casados. Logo, as pessoas não se casavam. Elas apenas passavam a viver juntas, como para experimentar, e depois de um ano, aquela união tornava-se legal.

Então, esse tipo de união estável existia. E, o que aconteceria se a pessoa que se uniu a outra dessa forma se tornasse um cristão? Alguém tinha uma mulher, viveu com ela por três anos, mas nunca se casou com ela. Como ficaria essa pessoa quando se tornava um cristão? A mulher seria sua esposa ou não? E se esse homem tivesse tido outras três mulheres através do usus antes da que tinha quando se converteu? Ou, ainda, se ele tivesse uma mulher numa cidade e três em outra cidade?

É como um missionário que vai para um país estrangeiro, traduz a Bíblia, ganha as pessoas da tribo para Cristo apenas para descobrir, é claro, no processo, que todas elas têm 8 ou 10 esposas! Agora, esse é o tipo de situação com que Paulo estava lidando em Corinto. E ainda havia um terceiro tipo de casamento nas abordagens conjugais inconsistentes dos romanos que se chamava coemptio em manum. Por esse tipo de casamento, o homem comprava a esposa posta à venda por seu pai. A antiga tradição do casamento por venda. Esse tipo de casamento era muito comum.

E então, para as famílias nobres, havia o que se chamava de confarreatio. Esse era o termo para o tipo nobre e sofisticado de cerimônia de casamento, que envolvia a troca de anéis. A propósito, foi daí que herdamos o costume da troca das alianças na celebração do casamento. Na celebração da confarreatio, o anel era colocado no terceiro dedo da mão esquerda, porque um dos supostos sábios romanos ensinou que há um nervo que corre desse dedo para o coração. Na cerimônia, eram feitas orações para Júpiter e Juno. Havia um bolo, eles usavam véus e havia música. Os nubentes também seguravam as mãos.

Você vê que a cerimônia religiosa de casamento que temos em nossa cultura foi herdada do sistema marital católico romano, que permaneceu mesmo após a Reforma. Então, no contexto da Carta de Paulo aos Coríntios havia todo esse tipo de estranhas situações matrimoniais, sendo que apenas a quarta delas, o confarreatio, constituía um casamento como o entendemos, isto é, uma aliança verbal e escrita, perante testemunhas.

E assim, a questão que veio a Paulo, ou aos coríntios, foi: o que fazemos diante de tudo isso? Como tratar biblicamente essa bagunça de relacionamentos dessas pessoas que vêm a Cristo? A quem elas realmente estão vinculadas? Elas têm o direito de se casar novamente, se agora estiverem solteiras? Elas devem permanecer vivendo com quem estão vivendo, em uma relação de contubernium? O que fazemos com essa confusão de casamentos e assim por diante?

Agora, além de tudo isso, o divórcio entre eles  era desenfreado. Eu li, creio que nos escritos de William Barkley, que em um dos documentos históricos achados, havia uma senhora se casando pela 27ª vez e ela era a 26ª esposa desse seu novo marido. Isso nos dá uma pequena ideia de como a taxa de divórcio era alta naqueles tempos. As pessoas também estavam envolvidas na homossexualidade, na poligamia e em concubinatos. Um dos escritores romanos, Sêneca, disse que os homens tinham esposas para arrumar a casa e criar filhos, mas tinham as concubinas para o prazer físico.

Além de todo esse caos, acrescente-se que havia naquela sociedade um movimento de liberação feminina, um movimento feminista. Jerome Carcopino escreveu sobre isso. Ele diz: “Algumas não se contentaram em viver suas vidas ao lado dos maridos. Elas preferiram seguir uma vida totalmente voltada para si mesmas“. E Juvenile escreveu: “que modéstia você pode esperar de uma mulher que usa um capacete, deita com seu próprio sexo e se deleita com os feitos de força?“. E Juvenile relatou que aquela mulher estava passando pelas ruas com lanças, pegando porcos e subindo em postes. Ele acrescenta: “ela domina o marido, em pouco tempo ela abandona sua casa, fica de casa em casa usando seu véu nupcial“.

Então, essas pessoas vêm a Cristo. O que você faz com elas? Bem, os coríntios não sabiam o que fazer. Então, você sabe o que eles fizeram? Escreveram uma carta para Paulo. E essa carta é aludida no versículo 1 do capítulo 7, quando Paulo diz: “Ora, quanto às coisas que me escrevestes…”. Esse é o assunto do capítulo 7. Paulo vai responder as perguntas que os coríntios fizeram, certo? Mas, ele não nos conta as perguntas. Ele apenas dá as respostas.

E, uma vez que você entenda 1 Coríntios 7, você vai conseguir descobrir as perguntas. Recebemos as respostas e tudo o que temos a fazer é deduzir as perguntas. Neste capítulo, Paulo responde a todas as perguntas que lhe haviam sido feitas. Creio que conseguiremos ver o capítulo todo hoje e na próxima vez.

Paulo aqui trata das questões que envolvem pessoas solteiras, pessoas casadas, pessoas casadas com crentes, pessoas casadas com incrédulos, pessoas que já são divorciadas e agora são solteiras, se elas têm o direito de se casar novamente, pessoas que são virgens, pais com filhas que são virgens, se deveriam consentir que elas se casassem ou não, pessoas cujos maridos ou esposas morreram, se elas poderiam se casar ou não. Enfim, ele cobre todas essas questões neste capítulo.

Agora, vamos abordar a primeira questão que aparece nos primeiros sete versos. E veremos até o versículo 8. Aqui está o que acredito que seja a pergunta feita pelos coríntios a Paulo:  O sexo é algo que não deve ser praticado por quem tem vida espiritual? Essa é a pergunta. Agora, você não vai ver essa pergunta no texto, mas você tem certeza de ver essa questão, tem certeza de ouvir essa pergunta nos bastidores enquanto escuta a resposta.

Você deve ter em mente que o cenário em Corinto era de uma cultura religiosa depravada sexualmente. Imagine que as pessoas que estavam se convertendo a Cristo estavam vindo dessa cultura de caos sexual. Elas eram adoradores de deuses pagãos que frequentavam os templos pagãos, onde era comum a orgia sexual com prostitutas e sacerdotisas do tempo. Essas pessoas vinham de uma cultura onde era perfeitamente normal o casamento múltiplo, divórcio múltiplo, nenhum casamento.

Acontecia de tudo, sem restrições. Era uma sociedade onde tudo era permitido. Uma sociedade que defendia o homossexualismo. Uma sociedade que defendia o adultério e a fornicação. E então, as pessoas saiam dessa cultura e, de repente, vinham para Jesus Cristo, mas suas mentes estão cheias de todo esse lixo, e, aparentemente, alguém se levantou na igreja de Corinto e ensinou que o sexo não seria algo compatível para quem tem uma vida espiritual e para o crescimento espiritual.

E você pode entender por que alguém poderia ter um problema com isso. Mesmo pessoas casadas e que se tornaram cristãs poderiam pensar sobre todo o relacionamento sexual errado que tiveram no passado, antes de conhecerem o Senhor, e isso poderia afetar até mesmo o relacionamento correto, lícito, que estavam tendo após convertidos, pois eles estavam confusos quanto aos relacionamentos que tiveram no passado e seus efeitos sobre suas vidas como cristãos. Mesmo alguns de vocês podem ter experimentado isso.

E assim, alguém levantou em Corinto o ensino de que todo sexo é mau, é ruim, é contrário à vida espiritual, que se alguém quisesse ser espiritual, teria que se abster do sexo. Então, parece que eles fazem a pergunta a Paulo: O sexo é algo que não deve ser praticado por quem tem vida espiritual? E a resposta de Paulo começa no versículo 1: “bom seria que o homem não tocasse em mulher”.

Agora, a frase ‘tocar em mulher’ é a chave. É um eufemismo. E significa ter relações sexuais. É o que isso significa. O mesmo eufemismo é usado em Gênesis 20, versículo 6, Provérbios, capítulo 6, versículo 29. Paulo está dizendo que é bom não ter relação sexual. É bom, é bom. Está tudo bem. A palavra usada aí é kalos, que significa é benéfico, é honrado, está tudo bem. Está tudo bem ser celibatário, é o que ele está dizendo, está tudo bem. Não é errado não se casar. Está certo estar solteiro. Está certo ser celibatário.

Paulo precisava dizer isso, em introdução. Em outras palavras, ele estava dizendo: ‘ o celibato é uma coisa boa, é algo honroso, é uma coisa excelente. Mas eu vou te contar algo sobre isso: para a maioria das pessoas é muito difícil. Muito tentador’. Então, no verso 2, ele diz: “Mas, por causa da fornicação, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.” Ou seja: para evitar o pecado sexual – porneia – cada homem deve ter sua própria esposa e cada mulher, seu próprio marido.

Em outras palavras, se seu celibato vai causar-lhe pecar sexualmente, se o seu celibato vai fazer com que você cometa pecados sexuais, seja fisicamente ou em sua mente, seja o que for, se a sua solteirice vai fazer isso com você, então você deve ter seu próprio cônjuge. Esse é o argumento. Tudo bem em ser celibatário, mas não é bom ser celibatário se isso te faz pecar.

Então, a ideia de uma vida voluntária solteira, mas impura, não está correta. A idéia de abster-se totalmente de uma relação sexual está correta. Aprendemos que está tudo bem se talvez alguém tiver uma razão congênita para isso ou talvez tenha ocorrido algum dano físico que levou a pessoa a  isso ou talvez, como vimos em Mateus 19:12, o irmão ou a irmã tenha decidido ser solteiro por causa do Reino. Está correto e não há pecado nisso. Na verdade, como veremos um pouco mais tarde, é até melhor. Pode ser melhor  para alguns.

Então, Paulo está dizendo: em resposta à sua pergunta, o celibato é bom. Eu não quero dizer que seja ruim. Se ele dissesse que não era bom, de maneira generalizadora, então todas as pessoas que sentem querer estar celibatárias durante toda a vida por causa do reino iriam se sentir em desobediência. Assim, ele afirma que é bom, mas se isso for causar tentação e levar a pessoa a cair no pecado sexual, é melhor que se case.

A palavra próprio/própria aí, no verso 2, se refere ao casamento monogâmico: apenas tenha sua própria esposa e seu próprio marido, e é isso. O estilo de vida entre os coríntios tornava a vida de um solteiro bem difícil. Quero dizer, naquela igreja estavam essas pessoas que queriam ser celibatárias pela causa do Senhor. E eles estavam vivendo em meio a uma sociedade sexualmente depravada, onde a tentação seria constante. O celibato é bom, embora o casamento seja o mais comum. Mas, não fique solteiro, se isso vai te levar a cometer pecado sexual.

No verso 3, ele diz: “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido.” Em outras palavras: não há lugar para o celibato dentro de um casamento. Você tem uma dívida, uma obrigação. Quando você se casou, você se tornou obrigado a atender a necessidade física de seu cônjuge. Esse é um trecho onde a Escritura afirma a submissão mútua do casal.

Verso 4: “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.” Em outras palavras, você desistiu do direito ao seu próprio corpo. Pertence ao seu cônjuge e é sua dívida. O verbo, no versículo 3, está no imperativo, “O marido pague”, e tem um sentido de continuidade, ou seja, que o marido continuamente pague sua obrigação à sua esposa e vice-versa. Em outras palavras, a relação sexual no casamento deve ser uma doação contínua, uma submissão contínua um para o outro. E, acredite, quando isso não acontece, destrói o casamento.

É como um antigo escritor disse: “uma intoxicação abençoada e ousada e, no meio dela, existe um tipo de intimidade entre duas vidas que se combinam, desde a dimensão física até todas as outras dimensões, em um vínculo de amor inquebrável”. Isso se refere ao casamento. Um casamento não é um lugar para o celibato. Então, você não será mais espiritual se você se abster do sexo em seu casamento.

E eu quero frisar isso, porque há alguns ensinamentos por aí que apregoam que você pode ganhar uma maior espiritualidade abstendo-se das relações físicas em seu casamento. Mas, veja o que diz o versículo 5: “Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.

Em outras palavras, se você tentar abster-se individualmente do sexo em seu casamento, por algum propósito espiritual, você não só não realizará um propósito espiritual, mas conseguirá um feito maligno, porque você colocará seu cônjuge numa situação de estar aberto à solicitação para tentação pelo próprio Satanás. Você não quer fazer isso, sob o pretexto de uma suposta espiritualidade. Você vai é criar a tentação.

E as pessoas perguntam qual seria esse tempo de abstinência por mútuo consentimento (v. 5). Bem, quanto ao tempo, isso é muito relativo, porque as pessoas são diferentes e têm necessidades diferentes. Logo, não há como padronizar esse tempo. O que ocorre é que alguns têm usado o texto de Levítico 15, advogando que precisamos de 14 dias de abstinência por mês, no casamento, para o desenvolvimento ou crescimento espiritual.

Vou lhes falar rapidamente sobre isso. Em Levítico 15, Moisés está descrevendo a lei cerimonial que dizia que quando uma mulher passava por seu ciclo mensal, ela ficava cerimonialmente imunda por um período de 7 dias. Agora, isso não significa que ela fosse imoral. Não é imoral ter um ciclo normal, algo que  Deus planejou. Não é uma questão de moralidade, ética, espiritualidade ou qualquer coisa. Era uma questão puramente cerimonial. E toda a lei cerimonial era apenas sombra, isto é, tratava de sinais e símbolos, e não de realidades, você entende isso?

Assim, durante esse período de 7 dias, ela era cerimonialmente impura. E, no final disso, a mulher precisava de mais 7 dias de purificação, onde passaria por certas lavagens e certas cerimônias e, no dia 15, levaria duas rolinhas ou dois pombos e os entregaria ao sacerdote que os sacrificaria no altar e, portanto, haveria uma purificação adequada. Só então, ela poderia se achegar em adoração a Deus.

Agora, o significado de tudo isso é: você não pode se aproximar de Deus quando você está impuro. Mas, Deus realmente não estava se referindo apenas a questões fisiológicas. Ele estava se referindo a um coração puro, assim como na circuncisão. Deus não queria apenas a circuncisão física, mas que cada vez que um bebê judeu fosse circuncidado, o povo judeu devia pensar no fato de que o coração precisava ser circuncidado também, o corte de todo o mal.

Portanto, essa lei sobre a impureza da mulher não significava que a mulher fosse moralmente impura ou espiritualmente imprópria. Mas significava uma demonstração externa da realidade interior, que você não pode se aproximar de Deus a menos que seu coração esteja limpo. Diga-se o mesmo sobre os sacrifícios do Antigo Testamento. Eles foram capazes de tirar o pecado? Não. E nenhum tipo de lavagem ou limpeza cerimonial foi capaz de purificar as pessoas para Deus. Mas,  eram um símbolo disso.

A lei que estabelecia a purificação mensal de quatorze dias para a mulher significava Deus dizendo: Eu quero pessoas limpas na minha presença. Eu quero pessoas puras. E, uma vez que a Nova Aliança veio, então Cristo consumou a obra na cruz, deu-nos um coração novo, limpou-nos por dentro e agora podemos ter ousadia de entrar no Santo dos Santos. Portanto, não podemos defender que precisamos dos mesmos 14 dias de purificação.

Ainda, o argumento que alguns têm usado para defender essa necessidade de abstinência mensal no casamento, usando o texto de Levítico, é que pela Lei, se o marido tivesse uma relação com sua esposa durante esse período em que ela era considerada impura, ele se tornaria impuro cerimonialmente e deveria passar também por processo de purificação. Mas, note que isso não significava que fosse errado para ele ter esse relacionamento. Isso não significava que fosse imoral para ele ter essa relação ou que não fosse espiritual para ele ter esse relacionamento. Tudo o que significava é que, se ele fizesse isso, Deus ordenou uma certa cerimônia que ele deveria cumprir.

A propósito , isso provavelmente aconteceu com muita freqüência, porque estou bastante convencido de que os hebreus não cumpriam sempre esses 14 dias por mês de abstinência. Por isso, era muito comum que eles passassem por essa purificação. Eu realmente acredito que Deus ordenou essa purificação, em particular, relacionada com esse ato de relacionamento entre marido e mulher, justamente porque seria tão comum eles passarem por essas cerimônias de purificação e, com isso, estariam sempre lembrando de que Deus deveria ser abordado por aqueles que estivessem limpos de mãos e puros de coração. Era simbólico.

E a minha pergunta para quem defende a prática ainda hoje desses 14 dias de abstinência, conforme Levítico 15, é:  então, quando os 14 dias terminarem, você terá que conseguir que essa mulher encontre duas pombas ou rolinhas, um sacerdote e um templo em algum lugar para fazer um sacrifício? Porque, ou a cruz eliminou tudo isso ou não eliminou. Agora, quando você vem ao Novo Testamento, você não tem nada assim.

Quando você chega ao Novo Testamento, o texto diz, você continua se entregando e não pára de fazer isso, a  não ser que por mútuo consentimento, para se dedicar à intimidade com Deus, porém, fora disso, você deve satisfazer seu cônjuge ou você não vai conseguir mais espiritualidade e sim, você vai dar a Satanás a oportunidade de tentar e sujar seu casamento. Agora, temos que entender o fim da Velha Aliança, pessoal. Havia muitas cerimônias na Velha Aliança que não mantemos hoje e se você vai querer advogar o cumprimento de alguma, bem, o lógico é que cumpra por completo.

Garanto que não vai ter como trazer todo mês animais para serem sacrificados por um sacerdote judeu no templo, já que o último que conhecemos foi destruído em 70 dC. Mas, você vê, quando as pessoas começam pegar símbolos cerimoniais do Velho Testamento e arrastá-los para o Novo, estão fazendo exatamente o que o apóstolo Paulo disse em Colossenses para não fazerem. Ele disse que essas coisas são uma sombra, mas a realidade é Cristo e, uma vez que a realidade vem, não deixe ninguém te ligar às sombras, só isso.

E mesmo assim, a necessidade de purificação mensal da mulher não era uma questão moral, era apenas cerimonial. Um homem poderia ter um relacionamento com sua esposa sempre que, obviamente, ele tivesse o senso de fazê-lo de modo correto e honrado e que fosse mutuamente apreciado.

E assim, o texto de 1 Coríntios 7 está respondendo à pergunta de se a vida espiritual exclui a vida sexual. É claro que não, pois Deus inventou o casamento. Deus projetou isso e Ele pretendia que fosse algo que realizasse o homem e é uma incomparável realização. Maravilhoso. E não somos chamados na Bíblia a nos abster disso. Nós somos convidados na Bíblia a apreciá-lo em sua extensão absoluta, para que possamos construir juntos no casamento uma intimidade tremenda e profunda que durará toda a vida. Então, não fazê-lo é dar a Satanás uma vantagem.

Agora, olhe no versículo 6, tendo dito isso, Paulo diz: “Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento.” Ou seja, ‘isso eu falo por minha consciência, permissão’. Tem a ver com a idéia de consciência, não por mandamento. Ele diz: ‘não estou mandando que as pessoas se casem. Só estou ciente do fato de que a maioria das pessoas precisa disso’. Ele diz: ‘o que eu sei sobre a vida me diz que é bom ser celibatário, mas para evitar a prostituição, você deve ter seu próprio marido ou sua própria esposa e, uma vez que você se case, não permita que o outro caia em pecado por causa de sua abstinência’. Hebreus 13:4 diz que o casamento é honrado e o leito do casal não está contaminado. É um lugar sagrado.

E então, ele diz, no verso 7: “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra.” Paulo diz que tinha um sentimento pelo qual ele queria que todos fossem solteiros e celibatários. Ele era celibatário, embora ele pode ter sido casado, como alguns dizem, pois para ser membro do Sinédrio teria que ser casado. Sua esposa pode ter morrido. De qualquer sorte, não há qualquer menção na Bíblia sobre isso.

Mas, ele está solteiro e  está dizendo: ‘eu gostaria que todos os homens fossem como eu mesmo’. E ele diz isso porque percebe que, ao ser solteiro, há uma grande liberdade. Existe uma grande liberdade. Por exemplo, olhe para o versículo 29. Ele diz: “o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não as tivessem…”. Em outras palavras, você deve se afastar das coisas da vida e, porque o tempo é curto, concentre-se nas coisas divinas.

E, em seguida, no versículo 32, ele diz: “E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor”. Há algo sobre ser solteiro. Há uma realidade despreocupada. Você não precisa cuidar de uma esposa e filhos e de tudo o mais relacionado a isso. É uma vida sem ansiedade, nesse sentido.

Você diz: ‘bem, eu sou solteiro e não estou livre de ansiedade…’. Olha, talvez seja uma boa indicação de que você deveria estar buscando seriamente o casamento. E se você está lutando com seus desejos físicos e é solteiro por opção, então melhor talvez seria que reduzisse seu padrão de esperar que o homem ou a mulher dos seus sonhos apareça e opte por alguém que tenha um coração em Deus. Em vez de lutar através da selva de sua própria tentação e ficar esperando por alguém que você idealizou, talvez com os valores do mundo de aparência física, busque de Deus a pessoa que irá enriquecer sua vida, alguém que tenha os mesmos valores que você em Jesus Cristo.

Agora, o dom que Deus dá, ele dá a alguns. Olhe para o versículo 7: “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra.” Ele diz, em outras palavras: ‘Olha, eu não vou discutir acerca  do dom de Deus. Não quero pessoas que precisam se casar tentando viver uma vida celibatária, pelo menos não viajando na minha equipe missionária. Isso não ajuda. Eu só sei que Deus quer algumas pessoas solteiras, quer que algumas pessoas se casem e, se Deus quer que você se case, então case-se. Você vai ter sua própria esposa’. Há bênção em ser solteiro e em se casar. Depende do dom de Deus para cada um.

Agora, eu creio, com base no versículo 7, que definitivamente existe um dom de Deus a esse respeito, em outras palavras, Deus adequa algumas pessoas para o casamento e algumas pessoas para a vida de solteiro. E a razão de ser solteiro por opção, obviamente, tem que ser porque você sente que pode lidar com isso, não representa uma tentação para você e com isso você pode dar uma atenção exclusiva e concentrada ao avanço do Reino.

Olhe para os versículos 32-33: “O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher.” E a virgem, a mulher solteira, versículo 34, “cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém, a casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido.

Em outras palavras, você adquire alguns impedimentos quando se casa. Mas, isso não deve fazer ninguém deixar de se casar, se puder lidar com esses impedimentos. Mas, se você puder ficar solteiro, e isso não é uma tentação para você, então você tem uma oportunidade maravilhosa e emocionante dada por Deus para dar sua vida ao avanço do Reino de Deus.

Não fique solteiro simplesmente porque você não deseja se comprometer e, em seguida, vai viver lutando contra tentações. Faça um compromisso de permanecer solteiro porque acredita que Deus agraciou a você nesta área, sendo que você não precisa da realização física que o casamento traz. Assim, você pode se ver totalmente dedicado a Jesus Cristo. Isso é algo maravilhoso.

Veja também que parece que a ideia que estava sendo difundida para aqueles irmãos, a de que a vida espiritual e o crescimento espiritual são incompatíveis com a vida sexual, era tão forte que alguns dos pais ali estavam relutando em dar suas filhas em casamento, o que teria sido uma frustração terrível para suas filhas. Eu creio que Paulo se refere a isso no versículo 36: “ se alguém julga que trata indignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se.” Aqui está um sujeito, ele tem essa bela filha que quer se casar e ele diz: ‘não, você é do Senhor, eu vou te manter solteira para o Senhor’. E ela está dizendo: ‘eu não quero ser solteira para Senhor, papai, quero casar…’.

E ele está lhe dando essa lição de espiritualidade e tudo o que a filha quer é um marido e filhos… Então, Paulo diz: ‘olhe, deixe-os casar’. Alguém lhes havia dado algum tipo de direção sobre abstinência, mas que estava fora da linha da verdade de Deus. É ótimo se casar, se é para o que Deus te chamou. Quero dizer, eu não trocaria todas as alegrias de ter um amor de esposa, filhos abençoados e família, pois isso é vida para mim. Mas, eu também sei que há algumas pessoas que são solteiras para a glória de Deus e elas também não trocariam isso por nada. E Paulo era uma dessas pessoas.

Olhe para verso 5 de 1 Coríntios 9. Paulo aqui estava reafirmando seus direitos como apóstolo e ele diz, em outras palavras: ‘temos alguns direitos como apóstolos e, assim, um deles é que temos o direito de liderar uma irmã, uma esposa, como fazem os outros apóstolos e Pedro, certo?’ Ele diz: ‘olhe, se eu também quisesse, tenho o direito de me casar’. A propósito, esse texto acaba com toda a doutrina católica de imposição do celibato aos seus sacerdotes.

Paulo diz: ‘eu poderia me casar, como Pedro fez’. Pedro era casado, pessoal. Não sei o tipo de problemas que isso causa para os católicos, mas ele era casado. Nós já conhecemos a mãe de sua esposa nos Evangelhos e aqui nos lembramos que ele tinha esposa. Mas, no entanto, aqui você tem dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo, Pedro foi casado e Paulo não. E Deus usou Pedro de maneira poderosa, embora, ele, aparentemente, não tenha viajado tanto quanto Paulo. E isso pode ter sido por causa de ele ter família. Já Paulo tinha essa liberdade única. Mas ele disse: ‘olha, eu tenho o direito de liderar uma irmã como esposa, assim como todos os outros. Esse é um direito e um privilégio que eu tenho’.

O casamento é uma experiência maravilhosa e honrada, uma bênção de Deus. Optar por viver solteiro é apenas para aqueles que podem ser solteiros para a glória de Deus e não por causa da falta de compromisso ou porque estabeleceram algum padrão mundano para escolherem com quem se casariam.

A propósito, há algumas notas de rodapé neste versículo que eu não consigo resistir em comentar. Duas coisas que Paulo nos fala sobre uma esposa: ela precisa ser liderada e ela deve ser uma irmã. Essa é uma afirmação maravilhosa do que a Bíblia diz sobre a responsabilidade masculina de ser a cabeça e liderar sua esposa.

E não significa que o marido irá colocar um anel no nariz dela e arrastá-la. O que ele está dizendo é que o esposo deve dar orientação e direção.Essa é a intenção de Deus. E não só a esposa é aquela que seguirá as direções do marido, alguém que será liderada, que entenda seu papel de ajudadora, mas ela deve ser uma irmã em Cristo.

A pergunta respondida por Paulo, então, nos primeiros versos de 1 Coríntios 7, é:  O sexo é algo que não deve ser praticado por quem tem vida espiritual? E a resposta é: o sexo lícito pode e deve ser praticado por pessoas nascidas de novo, que não serão menos espirituais por causa disto. Também não há pecado se um cristão não quiser se casar. Está tudo bem se você permanecerá virgem até chegar ao céu. É algo honroso. É maravilhoso se Deus te der esse dom e te chamar para viver dessa forma e te separar para o Reino. Você pode ser celibatário e glorificar a Deus. Mas, o casamento também glorifica Deus.

Essa foi a primeira pergunta. Continuaremos na próxima vez. Vamos nos curvar em oração.

A Palavra de Deus é tão prática e, Pai, estamos tão agradecidos que ela fala à vida, toca diretamente na nossa vida. O gênio divino de suas verdades… oh, como ela penetra nos nossos corações! Ela nos conhece. Sabemos que foi escrita por Deus, porque busca os lugares secretos de nossos corações. Obrigado pelo que o Senhor nos ensinou hoje e nos lembrou. A santidade, a maravilha, a beleza do casamento. A santidade, a maravilha, a beleza da vida solteira para a glória de Deus, pelo dom do Espírito, por causa do Reino. Pai, minha oração é que cada um de nós entenda nosso chamado. Se é para viver solteiro, que não venhamos a ser invadidos pela ansiedade do mundo, mas que sejamos livres para cuidar das coisas do Senhor, ser solteiro por causa do avanço do Reino. Agradecemos o que aprendemos sobre casamento também, que é bom. Que todos deveriam ter seu próprio cônjuge para evitar pecar e nessa união deveria haver uma doação contínua de um para o outro. Porque isso encerra a habilidade de Satanás de nos tentar naquela área muito vulnerável e, se pudermos ser realizados naquela área, podemos sustentar um relacionamento de amor íntimo, feliz, emocionante e íntimo. Então, abençoe os casamentos. Abençoe as pessoas solteiras e oramos por aqueles que estão na encruzilhada fazendo a pergunta, eu tenho o direito de casar novamente, devo me casar de novo? Devo me casar pela primeira vez? Deus me chamou para ser solteira? Oramos para que o Senhor responda o clamor de seus corações também. E para aqueles, Pai, que desejam se casar, mas não encontraram o cônjuge certo, que o Senhor lhes traga a pessoa certa, aquele com quem irão compartilhar os valores da fé e do amor de Cristo. Agradecemos por todos os que estão reunidos hoje e oramos neste dia especial de comunhão, para que haja um grande partilhar de amor e carinho e que o Senhor possa ser o centro de tudo. Oramos, em nome de Cristo, Amém.


Esta é uma série de 6 sermões sobre Mateus 19:1-12 e outros textos bíblicos sobre divórcio e novo casamento,  conforme links abaixo.

01. Divórcio e Novo Casamento – Parte 1
02. Divórcio e Novo Casamento – Parte 2
03. Divórcio e Novo Casamento – Parte 3
04. Divórcio e Novo Casamento – Parte 4
05. Divórcio e Novo Casamento – Parte 5
06. Divórcio e Novo Casamento – Parte 6


Este texto é uma síntese do sermão “Jesus’ Teaching on Divorce, Part 5″, de John MacArthur em 08/05/1983.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

https://www.gty.org/library/sermons-library/2340/jesus-teaching-on-divorce-part-5

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 

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