Arraigados e sobreedificados… Sobre o que? … Sobre quem?

Colossenses 2
6 Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele,
7 Arraigados e sobre-edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças.
8 Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo. 
9 Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;
10 E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade.

Amado, leia com atenção o texto acima, observando os verbos em destaque. Nada na Palavra foi colocado em vão. O Espírito Santo em sua infinita sabedoria inspirou cada verbo, cada adjetivo. E, através de Sua iluminação, podemos compreender cada vez mais, à medida que buscamos revelação das Escrituras, a profundidade das verdades, princípios, hábeis e detalhadamente organizados, expostos na Bíblia.

O Espírito Santo nos chama atenção neste texto da carta de Paulo aos Colossenses para estes três verbos destacados. Eles estão contidos em um mandamento, que pode ser assim expresso: Os que são de Cristo devem andar ao mesmo tempo que estão arraigados (plantados) e edificados (construídos).

Há alguma incoerência aqui? Com certeza, não. Mas, vale garimpar um pouco mais no Sagrado Texto. Andar exige movimento, enquanto estar plantado, enraizado, construído, edificado denotam ausência de movimento.

Uma árvore não pode se mover. E quanto mais profundas forem suas raízes, mais estática, parada ela estará. Então, como conciliar a ordem divina de que devemos andar, ao mesmo tempo em que estamos arraigados e sobre-edificados?

A resposta não é difícil, pois o próprio Espírito esclarece no texto. Uma planta não pode se mover, mas se estiver arraigada num vaso e posta sobre um carro, ou segurada por alguém, ela ‘andará’.

Do mesmo modo uma casa, um prédio, uma construção não pode se mover, pois está fincada no solo. Como ela pode se mover?

Aqui no Brasil não é muito comum, mas nos EUA há regiões em que as pessoas ainda constroem muitas casas com madeira. São casas muitas vezes imensas, com dois, três pisos. A coisa mais esquisita é que quando os donos das casas querem ou precisam mudar de endereço, carregam a casa junto, pois há empresas especializadas nesse tipo de mudança. Logo, não é incomum por aquelas bandas contemplarmos uma enorme casa sobre um caminhão sendo transportada por estradas. A casa, então, ‘anda’.

Já deu para entender? Andamos em Cristo, ao mesmo tempo que somos plantados nele e fundados, construídos nele. Através dele nos movemos, não com a nossa própria vontade. Não com as nossas próprias ideias. Não com as nossas próprias forças. Logo, o princípio é estar em Cristo, caso contrário, poderemos até pensar que estamos andando, fazendo, acontecendo, progredindo, cooperando, mas, na verdade, estamos tão estáticos, parados, imóveis como uma planta enraizada na terra ou uma casa fincada no solo.

Logo, a diferença é: estamos em Cristo, arraigados nele, edificados sobre Ele ou estamos plantados na terra, no mundo, nos nossos valores, opiniões, sabedoria? Será que estamos fincados em nosso conhecimento religioso, em nossas tradições, em nossas modernidades? Em que ou em quem estamos plantados, construídos? Se não for em Cristo, estamos com sérios problemas, pois a Palavra declara que Ele é o Único Fundamento.

Alguns enganos podem surgir nesse ponto. Seria bom os analisarmos com humildade e seriedade, pois só há esta alternativa: andar em Cristo, estar plantado nele e construído sobre Ele. Quais seriam esses enganos? Embora a abordagem abaixo não seja exaustiva, e não esgote o assunto, já é suficiente para nos levar a uma reflexão profunda diante do Senhor quanto a nossa vida e experiência cristã.

ARRAIGADOS E SOBRE-EDIFICADOS NA TERRA

Estamos num tempo em que os assim chamados cristãos querem participar e receber as glórias do mundo, ao mesmo tempo que reservam um tempinho para viverem a sua vida religiosa. Seus valores são mundanos, terrenos. Seus alvos são tão mundanos, tanto quanto os de qualquer ateu materialista. Ambicionam as riquezas, os títulos, as posições dessa terra. Esquecem de que tudo isso foi rejeitado pelo Senhor quando o príncipe desse mundo – Satanás – a Ele ofereceu tais coisas. Antes, o Senhor questionou aos religiosos da época:

Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus? (João 5:44).

Esses cristãos têm tantas coisas para fazer aqui na terra (e muitas vezes coisas assim chamadas religiosas), têm tanto a alcançar, a adquirir, a conhecer, a desfrutar… Não estão interessados em uma vida arraigada em Cristo, deixando-se conduzir por Ele, seja lá o que isso represente de renúncia na prática.

Muitas vezes, a alegria da realização pelo recebimento de um título, posição ou desejo nesses cristãos terrenos é bem maior do que a alegria de ver uma alma redimida, uma vida alcançada pelo Senhor, de ver o evangelho sendo pregado, de ver Cristo sendo exaltado (se é que isto lhes causa algum prazer).

Céu, eternidade… Bem, esses não são assuntos que estão na pauta das prioridades dos cristãos terrenos. Na verdade, eles se enganam, ou se deixam enganar, acreditando que suas atividades religiosas, muitas ou poucas, anônimas ou populares, já garantiram seu passaporte para o céu, onde pretendem descansar não das lutas vividas aqui na Terra por terem andado sobre Cristo e sob o Seu governo. O céu, afinal, lhes soa mais como um lugar com menos stress, onde vão descansar de suas lutas e gasto de tempo, energia e vida em alcançar os seus alvos terrenos.

Como dissemos no início, nada é superficial na Palavra. Quando Jesus falou do joio e do trigo no meio de Seus seguidores, Ele sabia o quanto profundo estava sendo. Não entendemos muito de joio e trigo, mas aquelas pessoas a quem o Senhor se dirigia compreendiam isso claramente. Eram acostumados a ver plantações de trigo.

  • O trigo e o joio são plantas que se parecem.
  • Quando são plantadas se parecem.
  • Quando são pequenas se parecem.
  • Mas, quando vão crescendo as diferenças começam a ficar evidentes.
  • Então, quando chega o tempo da colheita, estão totalmente distintas.
  • Por isso, o trigo é colhido e levado para o celeiro e o joio também é colhido, só que este é separado para ser queimado. Não presta para nada.

Que diferenças são estas?

  • Bem, o joio à medida que cresce fica uma planta de raízes muito profundas na terra. Por isso, quanto mais cresce, mais ereto fica.
  • Já o trigo, à medida que cresce, suas raízes vão se soltando da terra, e isso faz com que a planta se dobre, envergue.
  • O trigo está desprendido e pronto para ser colhido. O joio está tão fincado na terra que denuncia sua condição de falso trigo.

Isso é sério e nos fala de orgulho e humildade, de deixar ser quebrado ou permanecer ereto, sem se dobrar. De estar com as raízes soltas dessa terra ou estar preso a ela de modo profundo. O joio é um falso trigo. Muitas vezes ele não percebe que é uma fraude. Por isso o Senhor lhe dá tempo para não ser cortado prematuramente. Pois o nosso Deus tem o poder de mudar naturezas, de fazer enxerto do zambujeiro na Oliveira. Aqueles que Ele soberanamente decidiu salvar, os quais tiveram os seus nomes escritos no livro da vida desde antes da criação do mundo, serão salvos. Jesus não perderá nenhum daqueles que o Pai Lhe deu.

Em que figura você se encaixa? Quais são seus objetivos de vida? Quem governa sua vida? Quais são os seus valores? Os títulos e as honras, as realizações e os prazeres que você já acumulou ou sonha em acumular valem alguma coisa para Deus? Os critérios de Deus são bem distintos dos homens.

ARRAIGADOS E SOBRE-EDIFICADOS NA OBRA DE DEUS

Esse é um ponto doloroso. Alguns vivem fazendo a OBRA, mas não estão enraizados, edificados sobre Cristo. Por isso, não andam sobre Ele, mas, seguem independentes, deixando o Dono da Obra em segundo ou nenhum plano em suas vidas, mas, sempre fazendo a OBRA. Não percebem que se não estiverem arraigados em Jesus, estarão fazendo o nada, parados, estáticos, como árvores que no máximo balançam um pouquinho com o vento, mas não passam disso.

No meio desses, há algumas categorias distintas: 

  • Existem os que fazem a OBRA para satisfazerem seus egos.

Ora, ora, ninguém pode negar que o povo cristão adora aplaudir os obreiros… Há uma certa honra, uma certa fama, posição no meio de tudo isso que é almejada por alguns. Já outros não as almejam, mas não as rejeitam quando vêm a eles. O ‘importa que Ele [Jesus] cresça e que eu [João Batista] diminua’ não faz parte dessa realidade.

Muitos desses popstars não estão em Cristo, não têm vida com Cristo, não conhecem a Cristo e não têm testemunho cristão. Suas vidas familiares estão fracassadas, ou já estão no segundo ou terceiro casamento. Quando os ouvimos falar ou cantar fica constatado que são bons de obra, mas não estão edificados em Cristo. Andam e fazem a obra independentemente do Dono da obra e, o pior, talvez nem conheçam o Dono da obra.

  • Há, ainda, aqueles que não almejam fama, posição, mas se tornaram máquinas autônomas. São ativistas.

Um dia alguém deu corda neles e eles não conseguem mais parar. Eles não têm vida com o Senhor, não têm intimidade com o Dono da obra, pois nem têm tempo para isso!! Estão para lá e para cá fazendo a OBRA, ou melhor, pensando que estão fazendo, porque se não estão caminhando sobre Cristo, estão parados.

Chegam até a fazer muito barulho (como latas vazias), são responsáveis e muitas vezes prestativos. Não perdem uma programação. Mas, perdem a intimidade da comunhão diária e ininterrupta com o Senhor da OBRA, a quem eles deixaram de consultar há muito tempo, ou quando O consultam, não estão muito interessados em esperar a direção, pois, afinal de contas, A OBRA NÃO PODE PARAR!

ARRAIGADOS E SOBRE-EDIFICADOS NO EGO

Estar arraigado no ego é estar enraizado em si mesmo. O ego é o nosso EU. A nossa própria vontade, nossas opiniões, modos de ver e de pensar, nosso patrimônio intocável de crenças, valores, ideias e posições. O ego é terrível, porque ele tem o poder de se disfarçar de algo espiritual. É uma herança maldita da natureza adâmica que não pode ser vencida, tem que ser destruída. Como? Morte, cruz.

Andar sobre Cristo significa dizer que não usarei as minhas próprias pernas, não determinarei a direção da minha vida, não decidirei. Serei guiado, comandado, conduzido pelo Senhor. E o Senhor caminha no curso de Sua Palavra.

O ego é terrível, porque ele tem que ser mortificado a todo instante, ele não desiste de querer o controle. Mas, não estamos falando aqui dos cristãos que têm consciência da malignidade do seu EU e o subjugam a Cristo a cada dia, muito embora ainda percam algumas batalhas. Estamos falando daqueles que estão muito bem, obrigado, com o seu ego e não admitem ser tocados, corrigidos, disciplinados, exortados, pastoreados, guiados.

Viver sozinhos é o seu estilo de vida. E não pensem que estamos falando de isolamento social. Não. Muitas vezes esses cristãos podem viver rodeados de outros cristãos, podem participar de calorosas reuniões de oração, podem ter até uma boa aparência de piedade, mas o seu EU está intocado. E, quando alguém resolve cutucá-lo, vai constatar isso.

A vida cristã é uma vida impossível de ser vivida por qualquer um de nós. Simplesmente porque é a vida de Cristo e não a nossa. Assim, para que possamos viver essa vida, precisamos morrer. Sem morte não há ressurreição. Se queremos provar o poder da ressurreição de Cristo, temos que provar da morte, da morte do EGO, do EU. O Cristão guiado pelo Ego vive na dimensão de sua própria vontade, emoção e razão. Mas, não aceita a cruz, que é o único meio de mortificar o EU.

Os golpes de Deus sobre o nosso ego podem vir de várias formas, mas, não se enganem, todas são dolorosas. O sofrimento é o caminho da cruz, e a cruz é o fim do ego. Todavia, vivemos em uma geração de cristãos que rejeitam ser tratados, escondem-se, fingem ser o que não são, e quando são provados de alguma forma por Deus, rejeitam a provação e a Deus, por via de conseqüência (o que evidencia que eram apenas cristãos nominais, não reais).

Estar edificado sobre si mesmo é mortal, é incompatível com a natureza recriada de um filho de Deus. Um dos textos neo-testamentários mais conhecidos no meio cristão é o de Filipenses 2 de 9-11. Gostamos de cantar, de recitar, de dizer ao Diabo, ao mundo, que Deus exaltou Jesus, que um dia todo joelho vai se dobrar diante dEle e toda língua confessará o Seu senhorio. Aleluia!

Mas, você já prestou atenção no que é dito antes? Jesus conquistou essa posição com esvaziamento, renúncia, humildade, obediência, dependência (vv. 6-8). Esses eram os sentimentos de Cristo. Em Sua encarnação, Jesus não perdeu Sua natureza divina, mas temporariamente esvaziou-se de Sua posição soberana, assumindo a forma de servo, de modo a depender totalmente do Pai e do Espírito para tudo o que fosse fazer, falar, decidir. Tudo estava sob o governo do Pai e em tudo Ele foi capacitado pelo Espírito. Mas, não pára aí. Já viu o que vem antes disso? “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus…” (v.5)

Amados, não brinquemos com isto! Jesus disse: “Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará.” (Mc 8:35). O tempo de perder a vida, de aceitar a mortificação do EU é hoje. Uma das tristes consequências dos que amam o seu EU é a incapacidade de discernir espiritualmente.

Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (I Cor. 2:14).

O que vive arraigado em seu EU pode até compreender mentalmente, com sua inteligência, pode até absorver conceitos teológicos sobre este ou aquele assunto bíblico, mas ele não compreende as coisas do Espírito de Deus. Por quê? Simplesmente porque o órgão usado para tal discernimento é o espírito e não a mente carnal.

Esses são os que pegam carona com alguém que lhes parece ser uma boa referência (ou por comodismo mesmo), fecham os olhos e fincam suas raízes nessa ou naquela pessoa. Isso sempre foi perigoso, sempre foi motivo de divisão no meio do Corpo, sempre foi causa de disseminação de heresias. Os seguidores de fulano ou de beltrano esquecem da Palavra, do Senhor da Palavra e dizem: se fulano falou, tá falado…

Homens são homens, por melhores, mais santos, mais devotos que sejam. Podem errar, e erram com mais freqüência do que acertam. Não é assim conosco? Mas, alguns vivem como se fossem aquele vaso de planta que não está diretamente nas mãos de Jesus. Mas, está se agarrando a outro vaso que está andando em Cristo. E isso ainda é o melhor desse terrível estágio, porquanto há aqueles que seguem os que nem perto de Jesus estão.

Não é incomum vermos os assim chamados cristãos trocando a autoridade da Palavra pela interpretação ou palavra de líderes cristãos. A Palavra diz uma coisa, mas o líder prega e faz outra. E aí o cristão firmado nos homens vai atrás, e quando é questionado sobre se aquela posição é bíblica, simplesmente responde: ‘mas meu líder disse…’. Às vezes o líder já é coisa do passado, o pobre coitado já até partiu para o Senhor e (para o bem dele) não sabe que tem gente que vê os seus escritos, suas posições teológicas com mais autoridade do que a Bíblia.

Precisamos estar firmados em Cristo. Não estamos falando aqui de viver fazendo pequenas reformas, estamos falando de autoridade da Palavra. Algumas vezes os líderes caem em engano, aí um bocado entra na deles. Depois o líder sai do engano, aí um bocado volta a não se enganar. A pergunta é: E se o líder cair de novo? Ou, e se ele não acordar do engano?

Seguimos a Jesus, submetemo-nos às autoridades por Ele instituídas na Sua Igreja, mas, não devemos estar arraigados em homem nenhum. E toda posição, direção, opinião dos homens deve ser conferida na Palavra. Principalmente nos tempos que estamos vivendo: falsos mestres, doutrinas de demônios, fábulas… Caso contrário, corremos o risco de estar nos firmando em palavras de homens, na autoridade de homens e não na de Jesus.

Devemos ser os bereanos, que mesmo ouvindo de Paulo e Silas a mensagem do evangelho, eles “dedicaram-se ao estudo diário das Escrituras, com o propósito de avaliar se tudo correspondia à verdade”. 

A maior parte das divisões no meio da Igreja nesses dois mil anos surgiu justamente do fato de homens seguirem homens, disseminarem heresias, doutrinas de demônios, e se esquecerem da autoridade da Palavra. Aliás, se a Palavra não tivesse sido posta de lado, nem divisões existiriam.

Podemos e devemos ter bons referenciais de homens e mulheres que verdadeiramente andaram ou andam com Jesus. Mas, nossa fé e nossa vida têm que estar arraigadas e sobre-edificadas em Cristo.

Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo (col.2:8).

Um outro dia conheci uma cristã que estava confusa acerca de uma decisão que ela teria que tomar e que envolvia pecado.

  • A confusão dela surgiu porque embora a Bíblia declarasse claramente que se a decisão dela fosse de uma forma, seria pecaminosa, um dos pastores da Igreja disse que não, usando de psicologia para respaldar sua posição e dizendo aquilo que a carne da irmã queria ouvir.
  • Aí veio o outro pastor da Igreja e apresentou a Palavra de Deus e afirmou ser pecaminosa aquela decisão.
  • Para completar veio a irmã de sangue dela, que também é cristã, e congregava em outra localidade e lhe exortou que aquela decisão era pecado, com base nas Escrituras (e é de pasmar que a mulher ainda estivesse em dúvida sobre o que fazer!!).
  • Por fim, sobrou para mim, e ela me questionou sobre o assunto. Eu só lhe perguntei o que a Palavra dizia. Ela conhecia o posicionamento da Palavra sobre o assunto. Eu lhe disse, então, que ela decidisse seguir a vontade de Deus ou a palavra de homens (que no caso favorecia bem a sua carne).
  • Desse dia em diante, ela se afastou de mim. Entendi que tinha preferido a voz dos homens.

Outro risco que os edificados nos homens correm é o de se tornarem cordeiros para os seus ‘gurus’ e lobos ferozes para os outros pobres cristãos que não são seu referencial. Caso a exortação venha do ‘guru’, ele a aceita (ainda que para fazer a pose de humilde), mas se outro irmãozinho desavisado resolve exortá-lo, na melhor das hipóteses é ignorado, mas a coisa pode ficar pior.

Estando edificados sobre Cristo saberemos que Ele é o cabeça de um Corpo no qual todos os membros estão sujeitos uns aos outros e estão sujeitos ao Cabeça. Quantas vezes no meio da Igreja uma palavra bíblica, coerente, espiritual, exortativa é dita por um irmão e é rechaçada por aqueles que estão edificados nos homens?

Os edificados nos homens ainda se arriscam a se tornarem legalistas. Como eles estão edificados em homens e não em Cristo, eles não têm muito discernimento espiritual, pois seus sentidos não estão exercitados, já que se acomodaram a seguir os sentidos de outros. Aí é mais ou menos assim:

  • Ele é exortado e aconselhado a não ter comunhão com certas amizades perniciosas mundanas. Ele ouve, deixa de andar com a “turma do mal”.
  • Mas, aí ele passa a andar com outra turma, que também é mundana e pode corromper sua fé, mas é outra turma, então ele tem que ser exortado agora quanto a esta turma.
  • Aí ele passa a andar com outra turma, a terceira, e por aí vai. Isso é viver pela lei e não pela graça. O exemplo é apenas ilustrativo, mas quantas vezes podemos incorrer nesse terrível engano?

CONCLUSÃO:

Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. (I Co. 3:11)

Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. (Col.3:3)

E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, Vòs também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. (I Pe. 2:4-6)

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2 Responses

  1. Leila Rodrigues disse:

    Fiquei surpresa com esse texto;
    Foi como se eu as tivesse dito.

  2. Jurandir da cruz Ribeiro disse:

    Aprendi muito com esse texto
    Aprendi que devemos deixar o ego o meu EU de lado e se entregar totalmente mas mãos do senhor nosso DEUS

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