O Sublime Convite de Jesus

João 7
37 E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.
38 Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
39 E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.

No Evangelho de João temos vários convites feitos por Jesus. Convites para a salvação, perdão, a vida eterna, o céu. Aqui estamos diante mais um convite. Creio que ele fez este convite todos os dias de seu ministério.

Mas este aqui é um dos mais dramáticos. O convite para vir a Ele e beber da água da vida não foi o primeiro com essas palavras. Ele havia dito a uma mulher junto ao poço: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:14).

Ele também disse a uma multidão: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre” (João 6:51). Admirar Jesus não é suficiente para se ter a vida eterna. Algum tipo de postura superficial não é suficiente. A questão é: O que você vai fazer com seu sublime convite?

Seis meses após esse convite, Pilatos estaria diante de uma multidão sedenta por sangue, que está gritando para que Jesus fosse crucificado. Pilatos não queria fazer isso, porque ele sabia que Jesus era inocente. Mas ele estava pressionado pela multidão implacável, que estava fazendo tudo para intimidá-lo e ameaçando a perda de sua posição, indo a César se ele não fizesse o que pediam.

Assim, em um último esforço, ele faz um convite ao povo judeu, ao trazer um criminoso, chamado Barrabás, e diz: “Vocês querem Jesus ou Barrabás?”. Sem hesitar, eles gritaram de volta em uníssono: “Barrabás” (João 19:40). Ele pergunta a multidão presente: “O que devo fazer com Jesus Cristo?” Sem qualquer hesitação, a multidão respondeu em uma só voz: “Crucifica-o. Crucifica-o” (João 19:6).

“Crucifica-o”. Esta foi a resposta final que o povo de Israel tinha dado para todos os convites de Jesus. A nação o rejeitou. Todos os gloriosos convites de esperança, salvação e a vida eterna, que Jesus ofereceu em mais de três anos de ministério, foram rejeitados. 

Voltando ao nosso texto de hoje, ele está fazendo mais um convite: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba” (v.37). Ele sabia que não demoraria a deixá-los: “Ainda um pouco de tempo estou convosco, e depois vou para aquele que me enviou. Vós me buscareis, e não me achareis; e onde eu estou, vós não podeis vir” (João 7:33-34).

E ele tinha dito repetidamente que não há salvação fora dele. Ele repetiu isto em João 14: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (v.6). Foi a mesma mensagem de Pedro em Atos 4: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (v.12).

O convite

É realmente um convite impressionante. Verso 37: “E no último dia, o grande dia da festa” – isso é muito importante. A Festa dos Tabernáculos era uma das três festas principais do judaísmo, as outras era o Pentecostes e a Páscoa. Nesta festa, eles celebravam a peregrinação no deserto durante 40 anos, quando eles viviam em tendas, estandes e alojamentos temporários. Eles se moveram assim em torno do deserto por 40 anos.

Durante esse período de tempo, Deus protegeu-os, preservou-os e deu-lhes comida e bebida. Terminou com a morte de uma geração e a entrada de poucos para a terra da promessa, a terra de Canaã, e o nascimento da nação de Israel.

Para comemorar a preservação da nação durante esses anos de peregrinação, Deus instituiu em Levítico 23, uma festa anual de lembranças. Eles estavam no banquete. A festa tinha uma semana de duração, e agora era o último dia. Isso é muito, muito importante. O último dia. Deixa-me dizer-te a razão.

Todos os dias da festa havia um ritual que se repetia. Com base em Levítico 23:40: “E no primeiro dia tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias”.

Os fariseus haviam instruído as pessoas a trazer os seus ramos, em cada dia da festa, para o altar principal e cercar esse altar, colocando os seus ramos e as suas hastes para criar uma espécie de cobertura improvisada sobre o altar. Então, o sumo sacerdote ia ao tanque de Siloé, e com um jarro de ouro em sua mão, o mergulhava para pegar água. E ele voltava e derramava a água sobre o altar como uma lembrança por Deus ter fornecido água para o povo de Israel em Meribá (Números 20).

Os historiadores nos dizem que quando ele despejava a água, as pessoas recitavam: “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Isaías 12:3). Havia cânticos dos salmos 113 a 118. Eles também adicionavam à celebração uma oração para que Deus enviasse chuva e mais água. No último dia, antes de derramar a água, as pessoas marchavam ao redor do altar sete vezes. Por quê? Para comemorar a marcha em torno de Jericó, porque isso significava o fim da peregrinação no deserto.

Naquele momento, quando todos estão comemorando a libertação e a salvação de Deus, com o despejo de água no altar. Jesus disse:

Se alguém tem sede, venha e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. (João 7: 37-38)

Jesus captura o momento e transforma-o para si mesmo. Ele deve ter se posicionado no lugar certo. O verso 37 diz que ele “clamou”, o original tem o sentido de “gritou” ou “elevou sua voz ao máximo”. Foi como se Ele tivesse dito: “Vocês são gratos a Deus pela água no deserto, aquela que satisfez a sede de seus antepassados. Vinde a mim para tomar da água que sacia a sua alma”.

Numa terra onde há tão pouca água, a quantidade de água simbolizava a satisfação – uma necessidade para a vida. Jesus usou essa analogia três vezes no Evangelho de João: “Ter sede”, “vir” e “beber”. Os três elementos necessários para a fé salvadora.

O profundo significado do convite

  • Primeiro ele fala de uma necessidade reconhecida: Sede. 

Observe o convite geral: “Se alguém tem sede”. Os convites de Jesus eram sempre ilimitados. Eles foram sempre universais. É o mesmo que ele fez em Mateus 11: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (v.28). A sede é um desejo consciente. É algo que nós conhecemos. Quanto maior a sede que temos mais ansiosos nos tornamos. A perspectiva de não poder saciar a sede é algo terrível.

Ele está falando sobre a alma sedenta. Um desejo de livramento, de esperança, de paz, de perdão, de salvação e de libertação do poder do pecado. As pessoas vêm a Cristo porque eles estão com sede. Você entende isso? Porque suas almas estão vazias.

É por isso que quando você faz evangelismo, você não deve começar com “venha a Cristo”. Você deve começar levando o pecador a reconhecer e entender a situação terrível em que ele se encontra. A sede do pecador deve ser o ponto de partida. Como o carcereiro em Filipos disse: “O que devo fazer para ser salvo?” (Atos 16:30). Aquela foi uma alma sedenta clamando.

  • Em segundo, ele fala em “vir”. Vê-lo como a única fonte que pode saciar a alma sedenta e ir a Ele. É a fé em ação.

Vir a Cristo significa com todo o teu coração e com toda a sua vontade. É o que Ele diz em Lucas 9: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (v.23).

Se ele estivesse aqui, você faria isso com os pés, mas ele não está aqui; você o faz com seu coração e sua mente. Se ele estivesse aqui, você viria e ficaria diante dele em sua sede. E cairia de joelhos e iria clamar pela água viva, da qual Ele é a única fonte.

Espiritualmente falando, é se mover em direção a Jesus Cristo como a única fonte de sua necessidade. Virar as costas para o mundo. Abandonar o seu pecado e a sua autoconfiança. Isso é “vir”. Não há outro caminho (João 14:6).

A única coisa necessária é ter uma alma sedenta. Aquele que tem seu próprio esquema de justiça não pode vir a ele. É por isso que quando Jesus veio, os religiosos o odiaram. Foram os pecadores, cobradores de impostos e párias que vieram. É a sede que conduz. Ele é o único que pode satisfazer a alma.

  • Em terceiro, “beba”. Um rio que corre através do vale ressequido não te saciará a menos que você beba de suas águas. Beber significa uma total rendição a Ele. Tornar-se um com Ele.

Jesus disse: 

Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede (João 6:35).
Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos (João 6:53).
Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (João 7:38).

Esta água que flui para você, quando você vem a Cristo, entra em sua vida, mas você não é um balde ou um reservatório. Ela passa por você. Você é uma fonte que se torna um rio para fluir para outros. Declaração realmente surpreendente. Não só beber e ter nossa alma saciada, mas nós nos tornamos a fonte e o rio de água viva para os outros à medida que flui de nós.

Nós recebemos a água espiritual, que é uma analogia para a vida espiritual, a vida eterna, com todos os seus elementos e componentes. Isto significa conversão, resgate, justificação, adoção, tudo. Santificando-nos e tornando-nos mais semelhantes a Cristo a cada dia. Mas, ao mesmo tempo, e a verdadeira chave aqui é, nos tornamos uma fonte que se transforma em um rio para o mundo. O Abençoado se torna abençoador.

O destinatário da graça soberana torna-se canal da graça soberana. Não em gotas, mas um rio jorrando.
Oh, eu entendo que alguns de vocês se tornaram como lagoas estagnadas. Esta água deve surgir em nós e jorrar de nós para almas sedentas em todo o mundo. Os cristãos são importantes porque são fontes de rio de água viva que flui para o mundo. Isto resulta em pessoas resgatadas e levadas para a glória eterna.

Como pode ser isso? Verso 39 explica: “E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem”. O Espírito Santo está em cada crente: “Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8:9). Seu corpo é um templo do Espírito Santo (I Coríntios 6:19). Ele vive em você. Deus, o Espírito, passa a residir em você. Ele é o rio da vida que flui através de você.

Mas para eles, naquela ocasião, o Espírito ainda não tinha chegado em sua plenitude (v.39). O Espírito estava com os crentes ali, mas não habitava dentro deles (João 14:17).
Então isso no versículo 39 é uma profecia que se cumpriria após a glorificação de Jesus. Quando o Espírito Santo veio no dia de Pentecostes, a igreja foi iniciada. E, em seguida, o rio no interior de cada crente começou a fluir para o mundo.

E isso aconteceu instantaneamente, porque logo no dia de Pentecostes, todos esses galileus que não conheciam esses vários idiomas, começaram a falar as obras maravilhosas de Deus em todos os tipos de línguas dos gentios. O rio começou a fluir de dentro deles e no primeiro dia três mil almas se converteram a Jesus. A partir de então, uma verdadeira revolução liderada por homens simples, sem reinos terrestres, sem exércitos, sem armas, sem recursos humanos, mas cheios do Espírito Santo, mudaram os rumos da história. Somente o Espírito Santo pode fazer o fluxo deste rio de água viva. Ele é o poder por trás de todo testemunho.

Essa é a obra do Espírito Santo. O crente tem a sua alma eternamente satisfeita com a água viva, mas ele não se torna um tipo de reservatório. Ele flui esta água para o mundo. É a missão que temos.  Você tem, então, começando no versículo 40, 4 respostas semelhantes às respostas de hoje.

Os que creram

João 7
40 Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: Verdadeiramente este é o Profeta.
41 Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galileia?

Eles receberam a verdade. Algumas das pessoas ao ouvirem suas palavras dizem: “É o profeta”. Outros diziam: “Este é o Cristo ou o Messias”. Eles estão convencidos. No grego é expresso como uma convicção.

Qual é o Profeta? Uma profecia messiânica de Moisés: “O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Deuteronômio 18:15). Foi sobre esta profecia que Pedro falou:

Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. (Atos 3:22-23).

Para o judeu, falar sobre o Profeta era algo comum. Fazia parte do vocabulário deles. O Profeta que deveria vir, do qual Moisés profetizou. Eles estavam aguardando esse Profeta. Foi o que Felipe disse a Natanael: “Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José” (João 1:45).

Natanael, que foi um dos doze (chamado de Bartolomeu) disse: “Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel” (João 1:49), crendo no cumprimento da profecia de Moisés. João Batista também foi questionado pelos fariseus: “És tu profeta?” (João 1:21). Eles questionaram acerca da mesma profecia. Diante dos milagres, a multidão disse: “Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo” (João 6:14).

Agora, essas pessoas dizem: “Ele certamente é o Profeta”, e outros deles diziam, “Ele é o Messias”. Aqui está um grupo que confessa Jesus como Messias, Salvador, Senhor. É um grupo diferente daquele que disse: “É um bom homem” (João 7:12). Dizer apenas isto não significa nada. Eles foram parte do remanescente crente que é falado em Romanos 9 e 11. Eles tinham sede, vieram e beberam.

Os que rejeitaram

João 7
41 Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galileia?
42 Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia de onde era Davi?
43 Assim entre o povo havia dissensão por causa dele.
44 E alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele.

No contexto de pessoas afirmando sua fé em Cristo, como o Profeta e o Messias, outros ainda estavam dizendo: “Vem, pois, o Cristo da Galileia?”. É uma expressão grega que espera uma resposta negativa. Foi um escárnio, sarcasmo e desprezo. Algo como: “Você está brincando?”. Foi uma declaração de zombaria.

A Galileia tinha a reputação de ser influenciada pelo mundo gentio. Nada de importante havia acontecido lá. Sabendo que Jesus nasceu na Galileia e Nazaré, disseram: “Não pode vir o Messias daquele lugar”. Este pensamento foi inicialmente expresso por Natanael: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (João 1:46).

Eles ainda disseram: “Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi e de Belém, da aldeia de onde era Davi?”. Bem, é claro, isso está no Antigo Testamento:

Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração (Salmos 89:3-4).

E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade (Miqueias 5:2)

Jesus não nasceu em Nazaré, mas em Belém. É por isso que o Novo Testamento faz um registro histórico tão claro sobre o seu nascimento em Belém. E ele era da linhagem de Davi. Seu pai e sua mãe eram da linhagem de Davi. A genealogia de seu pai começa o Novo Testamento em Mateus (1:1-17). A genealogia de sua mãe está em Lucas (3:23-38). Eles poderiam ter verificado os registros no templo. Eles teriam encontrado que a sua terra natal foi Belém e que sua linhagem era davídica em ambos os lados de sua família.

Esta é a ignorância deliberada. Esta é a incredulidade intencional. Este é o presunçoso, auto-satisfeito. E isso é a incredulidade. Eles rejeitaram a verdade. Por suas próprias bocas e declaração, eles acabaram afirmando que Jesus tinha as qualificações do Messias e, ao mesmo tempo, negando. Esta é a natureza da ignorância deliberada.

“Assim entre o povo havia dissensão por causa dele” (v.43). Havia um monte de divisões. Essa mesma divisão havia é relatada em João 9:16 e 10:19-21. Jesus disse que veio trazer uma espada, não foi? Para separar, dividir as pessoas (Mateus 10:34-39). Esta divisão comprova a autenticidade da fé daqueles que creram. Eles não cederam. Eles não recuaram por medo dos líderes judaicos. Havia pessoas ali que tinham medo dos líderes judeus. Eles estavam realmente com medo de perder posições de importância. Eles temiam seus líderes. Muitos queriam prendê-lo e calar sua voz. Mas o tempo de Jesus não havia sido cumprido.

Aqueles que creram poderiam estar desprovidos de muitas informações sobre o nascimento de Jesus, mas havia muitas evidências de que Ele era quem dizia ser. Deus estava trabalhando em seus corações. Talvez eles fossem como o homem cego, que, quando ouviu dos fariseus que Jesus era um pecador, disse:

  • Se é pecador, não sei; uma coisa sei, é que, eu era cego e agora vejo (João 9:25).
  • Logo depois Jesus perguntou-lhe: “Crês no Filho de Deus?”
  • Ele respondeu: “Quem é ele, Senhor, para que nele creia?”
  • Jesus respondeu: “Eu sou o Filho de Deus”. Ele respondeu: “Creio, Senhor. E o adorou” (João 9:35-38).

Os confusos

João 7
45 E os servidores foram ter com os principais dos sacerdotes e fariseus; e eles lhes perguntaram: Por que não o trouxestes?
46 Responderam os servidores: Nunca homem algum falou assim como este homem.

Os que creram em Jesus receberam a verdade. Os que rejeitaram Jesus recusaram a verdade. Mas o confuso luta com a verdade. Aqueles homens foram prender Jesus sob a autoridade dos líderes religiosos. Eles sabiam o que era estar sob autoridade. Eles sabiam as consequências de violar as ordens. Eles se depararam com algo que nunca tinham visto e ouvido. Aquilo foi muito além de suas capacidades de responder. Literalmente seus joelhos tremeram sob o enorme poder das palavras de Cristo.

Jesus disse: “Porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la” (João 10:17-18). Eles não tinham nenhum poder sobre Jesus. Nem todos os exércitos do Inferno poderia tê-lo detido um segundo antes do tempo determinado por Deus.

Quando Jesus terminou o sermão do monte, “a multidão se admirou da sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas” (Mateus 7:28-29). Bem, aqui mais uma vez os homens estão literalmente paralisados pelas palavras de Jesus. Eles estão confusos. Eles não sabem o que fazer.

As ordens que receberam foi a de prender Jesus para mata-lo. Ao se aproximarem de Jesus, o ouviram falar da água viva que traz vida aos homens. Um oposto entre morte e vida. Eles não conseguiram fazer nada. Eles ficaram desnorteados e confusos. E no meio da sua confusão, os fariseus, enfurecidos disseram:

João 7
47… Também vós fostes enganados?
48 Creu nele porventura algum dos principais ou dos fariseus?
49 Mas esta multidão, que não sabe a lei, é maldita.

Eles atacam em seu orgulho. Com se dissessem: “Você não podem ser tão estúpidos. Vocês não podem ser tão facilmente enganados. Certamente vocês deveriam ser homens melhores do que isso”. E ainda dizem: Algum de nós creu nele? Ou seja, “nós, os que sabemos e somos líderes de Israel cremos nele?”.

Agora eles argumentam sobre lealdade: Você não quer parecer estúpido, não é? Você não quer ser desleal não é? Eu não sei o que aconteceu com aquela polícia do templo. Não sei se chegaram a confessar uma fé em Jesus. Gostaria de encontrá-los no céu. Gostaria muito que a resposta deles não tenha sido: “Não queremos ser desleal à nossa religião, não somos ignorantes para crer Nele”.

Os que estão se aproximando

João 7
50 Nicodemos, que era um deles (o que de noite fora ter com Jesus), disse-lhes:
51 Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?
52 Responderam eles, e disseram-lhe: És tu também da Galileia? Examina, e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu.
53 E cada um foi para sua casa.

Vemos aqui Nicodemos. Ele era um membro do Sinédrio, a elite dominante. Mas ele tinha passado algum tempo com Jesus. Em João 3 ele procurou Jesus à noite, e ouviu sobre a sua necessidade de nascer de novo para entrar no Reino de Deus. Ele sabia que Jesus veio da parte de Deus (João 3:2). Mas era ainda uma fé insuficiente. Havia nele uma busca genuína pela verdade. Ele não desejava a morte de Jesus. Ele não sabia sobre a sua própria alma. Ele não se declarou ali um crente em Jesus, mas usou a própria lei para defendê-lo.

Talvez os líderes religiosos não soubessem sobre José de Arimateia, que também era membro do Sinédrio e que era um discípulo secreto de Jesus (João 19:38). Nem sequer tinham ideia de que Nicodemos estava no caminho de chegar a fé em Cristo (João 19:39). Mas, por agora, tudo o que Nicodemos fez foi uma espécie de parar o linchamento usando a lei, e, dessa forma, defender Jesus. E eles o desprezaram dizendo: “És tu também da Galileia?”. Zombaram de um dos próprios membros do Sinédrio.

Algumas pessoas creem. Outras rejeitam. Algumas pessoas permanecem confusas. E outras estão se aproximando. Se elas estão buscando de todo seu coração, a Escritura se cumprirá em suas vidas: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração” (Jeremias 29:13). O que você vai fazer com Jesus? Essa é a pergunta, não é? O que vai fazer com este convite de ouro?

Obrigado, Senhor, por sua verdade, por sua consistência, sua força, sua clareza, sua própria vida. Obrigado pelo privilégio maravilhoso que tivemos hoje de estar com o Salvador, através da lente da Sagrada Escritura. Eu oro para que o Senhor trabalhe em cada coração aqui. Obrigado por aqueles que creram em Ti. Eu oro por aqueles que o rejeitaram e por aqueles que estão confusos. Eu oro por aqueles que estão apenas se aproximando. Completa o trabalho que o Senhor iniciou neles. Nós todos temos que tomar a decisão final. Que possamos fazê-lo crendo em Jesus como nosso Senhor e Salvador. Para a sua glória e nossa bênção eterna, oramos em nome de Cristo. Amém.


Esta é uma série de sermões traduzidos de John MacArthur sobre todo o Evangelho de João.
Clique aqui e acesse o índice ordenado por capítulo, com links para leitura. 


Este texto é uma síntese do sermão “The Glorious Gospel Invitation”, de John MacArthur em 23/02/2014.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/43-43/the-glorious-gospel-invitation

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


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