O Primeiro Milagre de Jesus

João 2
1 E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.
2 E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.
3 E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
4 Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6 E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes.
7 Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.
8 E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram.
9 E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho ( não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água ), chamou o mestre-sala ao esposo,
10 E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11 Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.

Havia um notável motivo em João para escrever seu evangelho: “Para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:31). O evangelho de João é uma coleção de evidências para provar a divindade e a humanidade de Jesus.
Ele começou seu evangelho com uma frase tremenda: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1), diz que “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3).

Diz que “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (João 1:4) e que “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14). E de forma tremenda, ele completa: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (João 1:18). Então, nos primeiro dezoito versos, temos o testemunho inspirado do apóstolo João a respeito do fato de que Jesus é o Criador, o próprio Deus e, no entanto, distinto do Pai, sendo Deus e ainda estava com Deus.

Em seguida, começando no versículo 19, temos o testemunho do maior de todos os profetas do Antigo Testamento. O maior homem que já tinha vivido até aquele momento: João Batista. Ele foi o grande e o último profeta do Antigo Testamento e o primeiro pregador de Jesus Cristo . E ele afirmava que Jesus era o Messias, o Cordeiro de Deus (João 1:29).

E, em seguida, começando no versículo 38, você tem o terceiro grupo, pessoas como André, Pedro, João, Filipe e Natanael, que testemunharam de Cristo. Eles eram crentes do Antigo Testamento, eram verdadeiros adoradores do Deus Eterno, que nos deram testemunho de que Jesus é de fato o Messias, que Ele é o único de que fala a Lei e os Profetas, que Ele é o Filho de Deus, Ele é o Rei de Israel.

Assim, o primeiro capítulo é o testemunho verbal de várias pessoas sobre a Pessoa de Jesus. Testemunho de que Ele era Deus, nele estava a vida, que Ele é o Deus Eterno em carne humana, que Ele é o cordeiro de Deus (o Messias) e que Ele é o Rei de Israel.

Agora chegamos ao capítulo 2, João vai alternar, através de seu evangelho, entre as palavras e as obras de Cristo. Ele vai fazer-nos olhar para as declarações de Jesus sobre sua divindade e as obras que ele fez para demonstrar e provar a Sua divindade. Jesus fez o que ninguém pode fazer, somente Deus. João selecionou oito sinais, oito milagres que Jesus fez. Foram sinais que apontaram para a Sua divindade.

  • Ele transforma a água em vinho no capítulo 2.
  • Ele cura um homem morrendo no capítulo 4.
  • Cura um paralítico no capítulo 5.
  • Cria alimentos para milhares de pessoas no capítulo 6.
  • Caminha sobre as águas no final do capítulo 6.
  • Ele dá vista ao cego, no capítulo 9.
  • Ele levanta um homem morto há quatro dias no capítulo 11.
  • Ele cria uma refeição no capítulo 21 no meio de uma pesca milagrosa.

Ele salientou que “Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro” (João 20:30). Por que João não escreveu todos os milagres? “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21:25).

A partir do capítulo 2 temos o início do ministério público de Jesus. Seu ministério para as multidões e para o povo de Israel. Seu ministério público vai do capítulo 2 até o final do capítulo 12. Quando você chegar ao final do capítulo 12, encontrará o fim do seu ministério público. Capítulos de 13 a 17 é seu ministério privado, no Cenáculo, apenas com os onze discípulos. A morte e ressurreição de Jesus é o tema dos capítulos 18 a 21.

Assim, o livro de João é dividido em seções:

  • Capítulo 1, testemunho verbal;
  • Capítulos 2 a 12, ministério público;
  • Capítulos 13 a 17, o ministério privado para seus discípulos;
  • Capítulos 18 a 21, Sua morte, ressurreição e aparições pós-ressurreição.

Não há nenhuma maneira humana para explicar Jesus. Ele é Deus. Ele é o Criador. Nada foi feito sem Ele e Ele fez tudo o que existe a partir do nada (João 1:3). Em João 2: 1-11 temos um milagre em que o Deus encarnado transforma água em vinho. Esta é mais uma evidência de que Ele é divino.

Um casamento era o mais importante evento no mundo antigo, na vida das pessoas, em uma cidade e uma vila. Versículo 1 diz que “ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia”. O terceiro dia? O que isso significa? O terceiro dia após a reunião com Filipe e Natanael, que foi concluído quando Felipe trouxe Natanael, e Natanael disse a respeito de Jesus: “Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel” (João 1:49).

No capítulo 1 de João temos diversas testemunhas desta verdade: A declaração inicial de João (João 1:1-18), de João Batista, de André, Pedro, Filipe, Natanael e João. Agora Ele vai se manifestar em Caná. Uma pequenina aldeia. Nazaré, por exemplo, que ficava cerca de 8 km de Caná, não tinha mais que 500 habitantes na época de Jesus. Caná era uma espécie de um pequeno local de encontro para os povos agrícolas da região. Isso fez com que este casamento fosse um grande evento. Pessoas de toda a região foram para lá. Inclusive Maria e Jesus.

O fato de que nosso Senhor fez seu primeiro milagre em um casamento, enfatiza a santidade desse pacto. É uma aliança estabelecida por Deus. É a maior, mais nobre e melhor de todas as relações humanas. As pessoas não são casadas porque apenas vivem juntos, mas porque fizeram uma aliança pública diante de Deus e diante das pessoas. Aquele que é perfeito em seus caminhos foi quem planejou a família e a deu de presente aos homens.

Qualquer sociedade que honra o casamento, que o eleva a um compromisso durante toda a vida, uma aliança feita e mantida entre um homem e uma mulher e que cria filhos no vínculo do amor, será abençoada. Uma sociedade assim irá prosperar. Será segura. Ela vai conhecer a paz. Ela terá um mínimo de criminalidade. Por outro lado, qualquer sociedade que não consegue honrar o casamento e que o diminui, está fadada ao caos, ao tumulto, ao mal e ao julgamento. Onde o casamento para a vida não é respeitado, onde a aliança e os votos entre um homem e uma mulher não são mantidos, a imoralidade e a delinquência abundam.

A Igreja Católica Romana desenvolveu a noção de que o casamento é um sacramento simplesmente porque Jesus esteve em um Casamento. O sacramento, para a Igreja Católica, é um rito sagrado em que Deus concede a graça eficaz, tais como o batismo, confirmação, comunhão, extrema-unção, ordens sagradas e penitência. Para o católico, o casamento também é um meio pelo qual Deus, através de Cristo, dispensa graça eficaz para a justificação e a promessa da vida eterna. Mas isto é uma heresia absurda. Casamento não é uma graça salvadora.

Então, Jesus foi para um casamento. E a mãe de Jesus estava lá. Foi um grande evento que duraram dias. Alguns autores dizem que normalmente a festa do casamento começava no meio da semana e continuava por muitos dias. Às vezes, começava no início da semana e durava toda a semana. As pessoas vieram a esta celebração porque tinha havido um noivado cerca de um ano antes. O noivado, em si mesmo, já era uma aliança diante de Deus e das pessoas.

Durante o noivado o marido estava preparando um lugar para sua noiva. Isso é o que ele fez. Ele construiu uma casa para sua noiva. O noivo tinha total responsabilidade por todos os custos do casamento. E seu trabalho era deixar tudo pronto. Quando tudo estava pronto, todos os preparativos feitos, então ele havia demonstrado que tinha o que era preciso para cuidar de sua noiva. Foi uma grande festa, pela qual ele tinha trabalhado arduamente durante um ano. Ela estava esperando e se preparando para isso, e, finalmente, havia chegado a hora. Uma imensa celebração. Jesus estava ali com os cinco.

Jesus morou muitos anos na minúscula cidade de Nazaré (a cerca de 8 km de Caná). Ele estava prestes a sair para o mundo. Décadas de obscuridade absoluta em sua vida privada, e agora Ele vai começar o ministério público, e a ponte de Sua vida privada para seu ministério público é um milagre para a sua família e amigos. Você vê isso? Isso não aconteceu na Judeia. Isso aconteceu para sua família e seus amigos, eles foram os primeiros que estavam a reconhecer o que Ele nunca havia demonstrado antes, que Ele é o Deus Criador.

Alguns meses mais tarde, ele voltou a Nazaré, e foi à mesma sinagoga que Ele tinha ido desde o seu nascimento, onde todos o conheciam (Lucas 4:16).Ali Ele leu o profeta Isaías: “O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lucas 4:18-19)

E diz: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lucas 4:21). Ele se apresentou como o Messias. Eles ficaram espantados e disseram: “Não é este o filho de José?” (Lucas 4:22). Do texto que leu do profeta Isaías (cap. 61:1-2), Jesus omitiu uma frase: “e o dia da vingança do nosso Deus” (segunda parte de Isaías 61:2). Não era esta a missão de Jesus em seu ministério na terra. Este dia “da vingança” será na sua volta, quando virá julgar as nações.

Eles estavam espertando um Messias militar para se vingar dos romanos. Jesus não se encaixava no perfil que eles desejavam do Messias. Jesus se apresentou como o Messias para os pobres, cativos e cegos. Eles não se consideravam como tais, que estes seriam problemas referentes aos gentios.

Jesus continuou dizendo: “Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias… E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva” (Lucas 4:25-26). Quem era essa viúva? Uma mulher gentia que nasceu no mesmo lugar que Jezabel.

Também disse: “E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio” (Lucas 4:27). Que era Naamã? Um sírio, ou seja, um gentio. Citando a viúva e Naamã, Jesus disse que aquelas pessoas reconheceram suas necessidades, creram em Deus e entenderam que Elias e Eliseu eram enviados de Deus, assim foram abençoadas.

No entanto aquelas pessoas na sinagoga, em Nazaré, não criam em Jesus, e muitos menos que Ele era um enviado de Deus. Eles não reconheciam o estado de degradação em que estavam. Eles queriam apenas um general para destruir os romanos. O que eles fizeram? “E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem” (Lucas 4:29). Que terrível dureza de coração! A Bíblia diz que Jesus ficou espantado com a incredulidade deles (Marcos 6:6).

Mas, meses antes, naquele mesmo local, Jesus começou o seu ministério, operando um milagre diante de seus amigos e de sua família. José não é mencionado e eu diria que ele havia morrido em algum tempo antes de Jesus se manifestar publicamente. Jesus, como o filho mais velho, teria tomado a responsabilidade de cuidar de sua família. Na cruz, Ele pediu a João que cuidasse de Maria (João 19:26-27).

A festa do casamento estava em pleno andamento, quando “a mãe de Jesus lhe disse: Não tem vinho” (João 2:3). Isto era uma grande catástrofe, um constrangimento social colossal, porque se havia alguma coisa que o noivo tinha passado um ano tentando provar, é que ele poderia cuidar de sua noiva. Ele tinha de demonstrar a sua capacidade para cuidar dela para o resto da sua vida. Aquele fato seria um ponto de desconfiança de todos sobre o noivo.

O vinho era uma bebida comum no mundo antigo. Fazia-se vinho de todos os tipos de frutas, principalmente uvas. Eram fermentados porque não havia refrigeração. A fermentação desenvolvia o álcool. Como não havia processos de purificação da água, eles misturavam o vinho com a água (1 parte de vinho para 3 ou mais de água) para purificar a água.

É por isso que Paulo disse a Timóteo “tome um pouco vinho para o seu estômago” (porque esse vinho adicionado à água iria ajudar a combater as bactérias). Também ferviam o vinho até reduzi-lo a uma pasta. Nesse processo, o álcool evaporava. Eles, então, misturavam essa pasta com água para beber, ou comiam como uma geleia. Tanto no Antigo e no Novo Testamento, o vinho era algo muito diferente do que é hoje. Mesmo os ímpios, bebiam vinho misturado com água, numa proporção que ia de três partes de água para uma de vinho até vinte partes de água para uma de vinho.

Maria diz a Jesus: “Eles não têm vinho”. Por que ela? Bem, eu não sei; talvez ela estivesse no comando das coisas referentes ao serviço da comida e bebida da festa. Nós não sabemos isso. Mas ela certamente sabia o que estava acontecendo. Quando o vinho acabou, todo mundo sabia do fato, não havia nada para beber. E aquele era um dos vários dias do evento. Alguns interpretam essa passagem, sugerindo que Maria quisesse que ele fizesse um milagre. Ela sabia que ele estava prestes a começar seu ministério público. Ele estava reunindo seguidores, como vimos no capítulo 1 de João. E talvez ela estivesse pensando: “Uau, agora, talvez é isso. Talvez os milagres comecem aqui”.

Mas eu acho que há algo mais óbvio do que isso. Pense nisso desta maneira: Com José já falecido, sempre que Maria tinha um problema, para quem você acha que ela se dirigia? Ele nunca teve uma ideia ruim, uma solução errada e nunca levou ninguém a um passo na direção errada. Ele tinha a solução perfeita para cada dilema. Ele tinha a resposta perfeita para cada situação.

E não só isso, ele se preocupava com as pessoas. Ele era compassivo, gentil e amoroso. Ele amava como só Deus pode amar. Para quem mais ela poderia ir? Quem mais? Ninguém. Eu não acho que ela estava necessariamente pedindo um milagre. Ela só foi para quem ela sempre ia quando havia uma situação muito difícil. Ela aprendeu, como viúva, a confiar em sua liderança e sua sabedoria.

A Igreja Católica Romana ensina ir a Maria, para que ela peça a Jesus, porque Jesus não pode resistir ao que Maria pede. Você pode acreditar nisso? Esta foi a única vez que Maria fez um pedido a Jesus. E Ele respondeu dizendo: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (João 2:4). Mas, mesmo assim, é neste texto que a Igreja Católica encontra a fonte da sua “mariolatria”.

Quando Jesus diz “mulher”, não foi uma grosseria. Ao contrário, foi algo como dizer “Senhora”. Não é duro, mas não é íntimo. Não é mãe. É cortês. É a mesma palavra que Ele usou na cruz, em João 19, quando Ele disse a Maria: “Mulher, eis o teu filho” (João 19:26), e entregou-a a João. Ele a chamou de “mulher” novamente. Por quê? Ele lhe disse que o relacionamento que tiveram até o início de seu ministério, de mãe e filho, havia acabado.

Ela já não estava mais em posição de agir como autoridade em sua vida. Ela já não estava mais em posição de dizer-lhe o que fazer. Jesus viveria exclusivamente na total dependência e direção do Espirito Santo. Maria não desempenhou qualquer papel em seu ministério.

Quando Jesus tinha doze anos, Ele lhe deu uma prévia deste momento, quando estava no templo falando no meio dos doutores. Sua mãe aflita disse: “Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos” (Lucas 2:49). O que Jesus respondeu? “Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lucas 2:50). Maria não entendeu o que Ele disse (Lucas 2:50).

Jesus movia-se somente na direção do Espírito Santo, não vivia sob as sugestões das pessoas. Quando Pedro tentou protege-lo do caminho da cruz, Ele disse: “Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mateus 16:23). Ele disse mais tarde: “Nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou” (João 8:28). “Mulher” mostra que ela estava agora lidando, não com seu filho, mas com o Filho de Deus.

O que isso tem a ver conosco? Quando disseram a Jesus “Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te” (Mateus 12:47). O que Jesus responde: “Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?” (Mateus 12:48). E apontando para seus discípulos, disse: “Qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe” (Mateus 12:50).

A única relação que Jesus tem é com as pessoas que fazem a vontade do Pai. Não há nenhuma outra relação. Em sua oração, no dia anterior da cruz, Ele disse: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (João 17:9). Ele estava rogando por seus discípulos que estavam ali com Ele. Não pelo mundo. “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim” (João 17:20). Agora Ele estava rogando por todos os que creriam nele até o dia de hoje. Não pelo mundo. “O mundo está no maligno” (I João 5:19).

Este é o oposto do que a Igreja Católica Romana tem dito. Maria não teve qualquer função ou papel no ministério de Jesus. Ele rejeitou claramente essa ideia. No meio de uma multidão, alguém gritou: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste” (Lucas 11:27). Jesus respondeu: “Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lucas 11:28).

Também no momento em que Maria lhe fala sobre vinho, Ele lhe disse: “Ainda não é chegada a minha hora” (João 2:4). Vamos ver esta declaração novamente em João 7:6, 8:20, 12:23, 13:11, 16:32 e 17:1. Ora dizendo “minha hora ainda não chegou”, ora “a minha hora chegou”. Esta é uma frase que se referia a cruz, a hora da sua morte e ressurreição. E o que Jesus está dizendo é: “Olha, nós não temos nada em comum. A partir de agora nosso relacionamento como mãe e filho muda, meu ministério começou e eu estou agora em uma programação divina que culminará na minha morte. Cada evento, problema, circunstância estará levando a essa hora final”. “Maria disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser” (João 2:5). Ela então se retira da cena.

E então Ele faz o que ela havia pedido. Mas sob um calendário e propósito divino. “E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes” (João 2:6). Então, o que tinha ali? Entre 120 e 180 litros nestes potes de água. Isto não é para beber. Eles não bebiam água, a menos que fosse misturada com um purificador. Isto é para purificação. Os judeus sempre purificavam tudo (Marcos 7:3-4). Eles lavavam as mãos, os utensílios, os pratos etc. Eram ritos de purificação que eles tinham desenvolvido. As pessoas passavam por lavagens cerimoniais antes de cada refeição. Havia muita água lá para todo mundo lavar-se cerimonialmente.

Então Jesus disse aos servos: “Encham os potes com água”. Então eles encheram até a borda. Se eles não estivessem cheios até a borda, alguém diria que Ele apenas acrescentou vinho para a água. E encheram-se até a borda. Ele disse “tirai agora, e levai ao mestre-sala” (João 2:8). E eles levaram. Quando o mestre-sala provou a água que havia se tornado vinho, não sabendo de onde veio, chamou o noivo e disse: “Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho” (João 11:10). Os servos que haviam tirado a água sabiam o que aconteceu. Foram testemunhas oculares. Jesus havia, literalmente, criado vinho para substituir a água. Este teria sido não fermentado. Este foi o melhor vinho já feito.

Então você tem este testemunho de um milagre na boca de pessoas que não tinham interesse em tentar provar nada sobre Jesus. É incrível.
“Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele” (João 11:11).
Portanto, agora estamos vendo o propósito do evangelho de João. “foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:31) Esse foi o propósito. “Vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14).

Deixe-me apenas separar todos vocês em três grupos. E você vai estar em um desses grupos:

  • Seus discípulos creram nele. Isso é um grupo.“nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente” (João 6:69).
  • Veja João 12:37: “E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele”. Aqui está outro grupo.
  • Mas há um terceiro grupo: “Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga” (João 12:42). Eles não queriam pagar o preço para seguir a Jesus, “Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (João 12:43).

Todos vocês estão em um desses grupos. Você crê. Você não crê. Ou você crê e não está disposto a pagar o preço para andar com Cristo. O terceiro grupo é ainda mais trágico. Amar a aprovação dos homens que não pode lhe dar nada de eterno, desprezando quem dá a vida eterna em Seu Filho, é negócio de um tolo.

Pai, nós Te agradecemos novamente pelo privilégio que tivemos esta manhã para te adorar e para passar um pouco de tempo com o Senhor nesta rica porção das escrituras sagradas. Ali, em Caná, foi o primeiro grande milagre, provando que Jesus era o Messias, o prometido no Antigo Testamento, o Filho de Deus, o Cordeiro de Deus, o Rei de Israel. E nós te agradecemos por ver e ouvir o registro do testemunho daqueles que estavam lá, que Ele tinha o poder de criar, poder que só Deus possui. Cremos que Jesus é a vida, a vida eterna. Oro por aqueles aqui, nesta manhã, que não creem e estão lutando contra as evidências narradas em Tua Santa Palavra. Oro também por aqueles que veem a verdade e a reconhece como a verdade, mas não vêm a Cristo porque amam mais a aprovação dos homens do que a aprovação divina.

Senhor, ajuda-nos a ver onde estamos, porque é onde temos que começar. Para aqueles que não creem, concede-lhes fé. Para aqueles que creem, mas não estão dispostos a fazer um compromisso contigo, porque eles amam os homens, amam o mundo ao invés de Te amar, concede-lhes graça para vejam a situação terrível em que se encontram. Para aqueles que creem, enche-os de alegria na fé. Derrama Tua graça ainda hoje em muitos corações. Pedimos em nome de Seu Filho. Amém.


Esta é uma série de sermões traduzidos de John MacArthur sobre todo o Evangelho de João.
Clique aqui e acesse o índice ordenado por capítulo, com links para leitura. 


Este texto é uma síntese do sermão “The Beginning of Miracles”, proferido por John MacArthur em 09/12/2012.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/43-8/the-beginning-of-miracles

Tradução e síntese feitas pelo Site Rei Eterno


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1 Response

  1. Leandro fernandes de Oliveira disse:

    Excelente.

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