A Ressurreição de Jesus

 


Esta é uma série de sermões de John MacArthur, com base no Evangelho de João, sobre a prisão de Jesus, Seu julgamento no Sinédrio e perante Pilatos, Sua crucificação, Sua ressurreição, Suas manifestações após a ressurreição e restauração de Pedro. Veja Links no final do texto.


A morte é um problema para o homem porque é algo sobre o qual o homem não tem controle.pessoas sendo congeladas em recipientes projetados para este fim, em uma esperança de serem ressuscitadas por algum avanço científico ou serem curadas de alguma moléstia grave no futuro. Uma tentativa de se enfrentar a morte e vencê-la, ou quando nada, adiando-a.

A morte do corpo é um assunto problemático. É um evento único na vida do homem (Hebreus 9:27). O homem não pode vencer a morte, por conseguinte, o homem vive toda a sua vida na escravidão do medo da morte (Hebreus 2:15). Há uma colocação fundamental feita por Jó: “Se morrer um homem, porventura tornará a viver?” (Jó 14:14). Isto é uma questão fundamental para o homem.

Duas perguntas: Alguém já enganou ou venceu a morte? Alguém já traçou um caminho de como enganá-la, vencê-la ou fugir dela?

Queridos, nós cremos que o evangelho responde, porque Jesus prometeu: “Eu vivo, e vós vivereis” (João 14:19). Jesus afirmou ter total poder sobre a morte. Ele afirmou ser capaz, não apenas de vencer a morte, mas controla-la para seus próprios propósitos (João 10:17-18), não só para si, mas para cada homem: “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25). E quando o medo da morte é removido, podemos dizer como o apóstolo Paulo: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Filipenses 1:21).

Vamos olhar a partir do verso 30 de João 19. É um emocionante e poderoso registro de Jesus conquistando a morte. Os fatos mostram o tremendo e esmagador poder de Jesus, não só em conquistar a morte, mas em controlá-la para seus próprios propósitos. Jesus Cristo é apresentado como o majestoso, soberano e vencedor sobre a morte. João escreve este evangelho sob a inspiração do Espírito Santo, e sua preocupação é demonstrar a divindade e a glória de Jesus Cristo.

Nesta parte do seu evangelho, Ele demonstra o poder de Jesus sobre a morte, como uma grande prova de sua divindade. Ele pôde fazer o que nenhum homem pode fazer. Ele exerceu total controle sobre a morte. Em cada momento de sua vida, ministério, prisão, morte e ressurreição, Jesus cumpriu cabalmente as profecias contidas no Velho Testamento. Isto evidenciou sua divindade. O centurião, que participou de sua crucificação, exclamou: “Verdadeiramente este era Filho de Deus” (Mateus 27:54).

Eu quero mostrar-lhe três revelações progressivas do poder de Cristo sobre a morte: Seu poder sobre a morte na Sua morte; Seu poder sobre a morte em Seu sepultamento e Seu poder sobre a morte em sua ressurreição. 

Em um período de 24 horas, incluindo Sua morte na cruz, houve 28 profecias específicas do Velho Testamento cumpridas ao pé da letra. Agora, quando vemos Jesus Cristo conquistando a morte, varemos outras profecias se cumprindo, evidenciando que Ele é Deus.

Seu poder sobre a morte na Sua morte

João 19
30 E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
31 Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.
32 Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado;
33 Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.

O que nos assombra sobre a morte é o caráter inesperado dela. Certo? É ainda indicado que as pessoas cometem suicídio porque elas têm medo da morte. Isto pode parecer estranho, não é? Eles estão com medo do caráter inesperado da morte. Consequentemente, muitas vezes, o suicídio é cometido em uma tentativa de escapar do inesperado. Todos os homens, em certa medida têm medo da morte. O medo da morte, meus amigos, é consequência de ela ser imprevisível. O choque, a rapidez e o caráter inesperado dela horrorizam o ser humano. Jesus não temia a morte, ela não foi nenhum choque para ele. O próprio Jesus disse isto claramente:

Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la (João 10:17-18).

A morte não poderia surpreender Jesus, Ele controlava a morte. Jesus morreu apenas quando ordenou a morte para tirar sua vida; a morte não poderia levá-lo para além da sua própria vontade.

Quando Ele tomou o vinagre, cumprindo a última profecia antes de sua morte, Ele disse: “Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João 19:30). No grego, “inclinando a cabeça” tem o sentido de como se tivesse colocando sua cabeça num travesseiroSem choque.

Jesus morreu controlando totalmente a sua própria morte. Ele não era vítima de homem algum, Ele tinha um poder esmagador sobre a própria morte. Ele não morreria antes de cumprir tudo o que estava planejado desde a eternidade. Ele morreu quando encerrou sua obra.

Assim, Jesus teve amplo controle sobre a morte. Ele nunca foi uma vítima. A morte não pôde surpreendê-Lo. Ele não foi morto pelos romanos, no sentido da morte vir contra a sua vontade. Ele morreu pura e simplesmente porque Ele disse: – Morte, agora você pode me tomar! Chegou sua hora! A morte o obedeceu assim como os ventos no mar da Galileia.

Agora eu quero que você veja algo que é absolutamente fantástico neste momento. Jesus morreu porque foi determinado na eternidade, por Deus, que Ele morreria. Jesus estava em um calendário divino. Ele morreu às três horas tarde. É muito anormal um indivíduo que está crucificado morrer tão rápido (ele foi crucificado às 9 da manhã). Na verdade, os ladrões ainda estavam vivos quando Jesus já estava morto.

Você diz: – Sim, mas Jesus passou pela flagelação, a que Pilatos o submeteu. Assim também foi feito com os ladrões, era normal ser açoitado antes da crucificaçãoVocê diz: – Talvez Jesus estivesse mais fraco do que eles. Não. O corpo de Jesus Cristo nunca adoeceu, como a Bíblia diz em Hebreus. O corpo de Jesus Cristo nunca experimentou o pecado. Portanto, o corpo de Jesus Cristo foi poupado da fraqueza humana e das marcas do pecado. Eu acredito que o corpo de Jesus Cristo foi o melhor corpo humano que já esteve na terra.

Ele morreu tão cedo porque ele estava sob o calendário divino e o relógio divino determinou que era hora dele morrer. Assim Ele controlou sua morte e encaixou no plano eterno de Deus. Ele morreu quando era hora de morrer.

Agora, tenha em mente que era sexta-feira, às três horas da tarde. Jesus morreu neste momento. Quando a noite chegasse, a Páscoa começaria; portanto, o corpo tinha que ser removido rapidamente por causa da PáscoaJesus foi crucificado na terceira hora do dia (Marcos 15:25), segundo a contagem do tempo da época, que equivale às 9 horas da manhã. Das 9 horas ao meio dia, Ele falou por 3 vezes.

Do meio dia às 3 horas da tarde, houve trevas (Mateus 27:45). Essas foram as horas em que toda a ira do julgamento de Deus estava sendo descarregada sobre Jesus. A Bíblia relaciona Deus trazendo juízo sobre a Terra a um período de trevas (Veja: Isaías 5:13; Êxodo 10:21-22; Amós 5:18,20; 8:9).

Durante essas 3 horas, Jesus recebeu a punição pelos pecados da humanidade, já que Ele mesmo era sem pecado (I Coríntios 15:3; Romanos 4:25; 1 Pedro 2:24, 3:18; 1 João 4:10; Gálatas 3:13). O véu do templo se rasgou (Lucas 23:45)… A Velha Aliança foi totalmente extinta (Hebreus 10:1-10) e uma Nova Aliança foi estabelecida por Cristo (Hebreus 10:19-22).

Na hora nona (3 horas da tarde), Ele bradou “Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46), e disse “está consumado” e “entregou o seu espírito” (João 19:30). Ele morreu no mesmo momento em que os sacerdotes sacrificavam os cordeiros. Ele era o verdadeiro cordeiro de Deus que estava sendo sacrificado pelo próprio Deus em favor dos homens.

Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados (João 19:31).

A preparação era o dia antes do sábado. Aquele dia era um sábado especial, era a páscoa do SenhorEles não deixariam seu corpo na cruz em qualquer sábado. Mais do que isso, de acordo com Deuteronômio 21: 22-23, se alguém cometesse um crime digno de morte e é enforcado, seu corpo não poderia ficar pendurado durante a noite. Então eles, desejando aplicar esta passagem, tiveram o desejo de ter Jesus removido antes de a Páscoa começar.

Ali estavam os líderes religiosos judeus, guardando as minúcias da lei, enquanto haviam acabado de matar o Cordeiro de Deus, aquele que cumpriu toda a lei e nos resgatou. Esta é a insídia do legalismo. Eles se voltaram contra o Filho de Deus para tentar salvar as estruturas religiosas. Mataram a realidade e se apegaram com a formalidade. Estava chegando o final da tarde, e por isso eles estavam muito ansiosos para remover Jesus e os ladrões. Era costume quebrar as pernas de quem estava crucificado, na intenção de acelerar a morte. E assim eles pediram a Pilatos.

Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado (João 19:32).

A palavra “quebraram” no grego significa algo como esmagamento ou trituração, ou seja, uma destruição total das pernas. Uma tremenda dor e agonia, um enorme trauma após a eliminação do único apoio que indivíduo tinha na cruz. O resultado? O corpo escorregava, uma intensificação da dor, asfixia dos órgãos internos, além do trauma da dor da quebra dos ossos, em seguida, a morte.

“Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas” (João 19:33). Era algo anormal. A morte de Jesus foi muito rápida. Pilatos ficou espantado: “Pilatos recebeu com espanto a notícia de que Jesus já havia falecido. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se fazia muito tempo que morrera” (Marcos 15:44).

Você vê, Jesus morreu pela simples razão de que seu trabalho havia sido cabalmente realizado. Ele permitiu a morte tirar a sua vida. Ele tinha total controle sobre a morte. Às três da tarde os cordeiros eram sacrificados pelos sacerdotes. Às três horas da tarde, o cordeiro final morreu em sacrifícioSe Jesus não tivesse morrido, eles quebrariam suas pernas. Se isto tivesse acontecido, você poderia jogar sua Bíblia no lixo.

Você diz: O que você quer dizer com isso? Lembre-se, Jesus é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Ele foi o Cordeiro Pascal final. Veja isto: “Não deixarão sobrar nada até o amanhecer e não quebrarão nenhum osso do cordeiro. Quando a celebrarem, obedeçam a todas as leis da Páscoa” (Números 9:12). Tal como os cordeiros dos sacrifícios contínuos, o Cordeiro Pascal perfeito, Jesus Cristo, não poderia ter um osso quebrado.

Além disso, o Salmo 34:2, falando da morte de Jesus Cristo, “Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra”Agora você vê porque Jesus teve que morrer na fração de segundo antes que os soldados chegassem com o martelo para esmagar-lhe as pernas? Para cumprir a profecia. Jesus controlou totalmente sua morte. João verificou isto e disse: “Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado” (João 19:36).

João 19
34 Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
35 E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais.
36 Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado.
37 E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram.

Os executores romanos eram treinados para a crucificação. Eles sabiam quem estava morto ou não. A primeira grande prova de que Jesus estava morto era o fato de que eles viram que ele estava morto. Eram soldados estritamente romanos. Não criam nas Escrituras e nem as conheciam. Eles foram treinados para determinar quem já estava morto na cruz. Era uma tarefa normal para eles.

Mas só para ter certeza, porque era tão estranho alguém morrer tão cedo, “um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água” (João 19:34). Jesus foi traspassado por uma lança do soldado romano. Bem, isto foi mais uma profecia:

Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito (Zacarias 12:10).

João notou isto também: “E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram” (João 19:37). Jesus morreu dentro da soberana programação divina, pouco antes do momento em que soldados quebrariam suas pernas. Eles sabiam, com certeza, que Jesus estava morto, mas, assim mesmo, eles o traspassaram como uma lança. Perfeitamente e com precisão ao pé da letra cumprindo a profecia. Agora, quando digo que Jesus controlou sua própria morte, agora você sabe o que quero dizer, não é?

Você diz: Qual é o significado de sangue e água? Há muitos pensamentos sobre isto. Vou tentar expor o que penso. Na cruz, Jesus Cristo tomou o cálice da ira de Deus contra todo o pecado da humanidade. Nenhum coração humano poderia lidar com isso. As pessoas têm ataques cardíacos por algum stress sem comparação com aquele stress de medida infinita.

Jesus Cristo estava suportando o que nenhum coração humano poderia suportar. Consequentemente Eu acredito que ele teve o músculo cardíaco rompido. Quando isso acontece, tal morte seria instantânea. Os médicos dizem que uma coagulação do sangue cria uma forma separada do coágulo vermelho e o soro líquido, ou seja, a água. Segundo os médicos, é extremamente raro o rompimento do músculo cardíaco normal, mas Cristo sofreu como nenhum homem sofreu. A carga que estava sobre seus ombros é incalculável.

Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei. Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre (Salmos 69:20-21).

Cada pequeno detalhe das profecias no Antigo Testamento foi cumprida na morte de Jesus Cristo. João ao ver tudo aqui diz: “E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais” (João 19:35). Crer no que? Naquilo que foi o objetivo de João, ao escrever seu evangelho: Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo.

O controle de Jesus sobre a morte em Seu sepultamento

João 19
38 Depois disto, José de Arimateia ( o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus ) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus.
39 E foi também Nicodemos (aquele que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés.
40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro.
41 E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto.
42 Ali, pois ( por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro ), puseram a Jesus.

Controlar a sua morte é uma coisa; mais impressionante ainda é controlar o seu enterro, certo? Como alguém pode ter controle sobre seu sepultamento? Pedro disse: “Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (I Pedro 3:18). O que Pedro quis dizer? Jesus morreu na carne, mas estava vivo no Espírito.

Veja Isaías 53:9 E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.

Ele era para ser jogado nas sepulturas com os criminosos. Seu túmulo foi designado para ser com homens ímpios, contudo Ele ficou com o homem rico na sua morte. Seus discípulos não eram ricos. Se os líderes religiosos comandassem sua sepultura, ele seria jogado em algum lugar reservado para malfeitores. Como, então, ele seria enterrado com os ricos? Como esta profecia seria cumprida?

José de Arimateia, era um discípulo oculto, por medo dos judeus. Um discípulo secreto, um pecador covarde. Ele não queria afirmar sua fé em Cristo; ele não queria ser expulso da sinagoga. Como vimos anteriormente, ser expulso da sinagoga significada se tornar um fora-da-lei, um estranho. A pessoa perdia a condição de cidadão.

Além disso, ele era um membro do Sinédrio, o tribunal judeu que tinha feito o julgamento religioso de Jesus. Você pode imaginar? Isto é inacreditável! Se esse cara era um covarde quando Jesus está vivo, como no mundo ele se torna um herói neste momento? Quero dizer, quando todos os heróis fugiram, porque é que o covarde aparece?

Arimateia é um pequeno lugar ao norte de Jerusalém. Os quatro evangelhos falam algumas coisas sobre José de Arimateia. Ele era rico, devoto, bom, justo, um conselheiro, um membro do Sinédrio, um homem muito piedoso e um que tinha crido em Jesus Cristo, mas, por causa do medo, não tinha declarado a sua fé.

Mas agora o Filho de Deus se move sobre ele e ele se torna corajoso. A Bíblia diz que ele “ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus” (Marcos 15:43). Ali ele estava jogando fora sua reputação perante os líderes religiosos.

Jesus havia dito que “como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra” (Mateus 12:40). Ele estava com pressa. Por quê? Porque ele tinha que colocar Jesus naquela sepultura enquanto ainda era sexta-feira, porque o sábado começaria à noite, quando o sol se punha. Jesus sairia da sepultura no domingo, três dias depois, como Ele mesmo havia dito. José torna-se um instrumento de Deus, cumprindo a profecia do enterro de Cristo, não apenas com os ricos, mas para que ficasse comprovado de que Jesus ficaria enterrado por três dias.

Em João 19:39 encontramos outro discípulo secreto. Mais um que saiu da toca: Nicodemos. O mesmo que foi procurar Jesus à noite e ouvir de Jesus sobre a necessidade que ele tinha de nascer de novo (João 3). Em algum lugar entre João 3 e João 19 ele se converteu. Ele também era rico e membro do Sinédrio. Ele trouxe uma mistura de mirra e aloés para regar o corpo de Jesus.

Então, aqui estão dois homens de forte reputação, ricos e que até então haviam assumido uma posição de covardia. Mas agora estavam perdendo tudo, todos os seus amigos, reputações e respeito. Decidir-se por Jesus Cristo publicamente significava um custo pesadíssimo.

Eles contaram o custo, e eles escolheram a Cristo: “Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro” (João 19:40). Eles tiveram que fazer tudo apressadamente, porque o sábado estava às portas. Não fizeram tudo perfeitamente. No domingo, algumas mulheres, na madrugada, foram ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, para completar o trabalho (Lucas 24:1).

E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto. Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus (João 19:41-42).

Se você já foi a Jerusalém, pode observar que o Jardim da Tumba fica a trinta segundos da colina do Gólgota (em forma de uma caveira). Um túmulo em que Jesus só iria usá-lo por três dias. Ele precisava do túmulo por apenas três dias. O seu corpo não sofreria corrupção, como profetizado no Salmo 16:10. A tumba ficou vazia. Jesus só esteve nela por três dias, para que se cumprissem suas palavras.

O controle de Jesus sobre a morte em Sua ressurreição

Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei. Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção (Salmos 16:8-10).

Essa é uma promessa e profecia do Antigo Testamento para o Messias. O poder da morte foi quebrado definitivamente. Sabendo que Jesus havia falado de sua ressurreição após 3 dias, os líderes religiosos pediram a Pilatos para por guardas na sepultura. Consideravam que os discípulos poderiam roubar o corpo de Jesus e inventar uma ressurreição. Pilatos atendeu-lhes, disponibilizou guardas para que os líderes religiosos guardassem a sepultura como bem entendessem (Mateus 27:62-66).

João 20
1 E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.
2 Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
3 Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro.
4 E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
5 E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou.
6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis,
7 E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.
8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.
9 Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos.
10 Tornaram, pois, os discípulos para casa.

Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, e viu a pedra tirada do sepulcro. Ela foi a Simão Pedro e a João e falou-lhes “Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram” (v. João 19:1-2). Mateus relata o que aconteceu naquele momento:

E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela.E o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. (Mateus 28:2-6).

Ela não sabia o que pensar. Ela não acreditou que Ele ressuscitou. Pensou que Ele ainda estava morto, ela tinha um grande amor, mas uma fé fraca. Pedro e João correram até o túmulo. João chegou primeiro, mas teve medo de entrar no túmulo, viu apenas os lençóis no chão. Quando Pedro chegou, ele entrou na sepultura e a viu vazia, contendo apenas os lençóis e lenço que Jesus usava na cabeça. Os anjos tinham anunciado às mulheres que foram ao sepulcro:

Por que buscais entre os mortos aquele que vive? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia, Dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite (Lucas 24:4-7).

O homem tem a prova das profecias do Antigo Testamento. Tem a declaração do Novo Testamento. Tem um Cristo ressuscitado. O túmulo vazio. Tem tudo, tudo que é necessário para crer. Os discípulos lembraram-se de um conversa de Jesus, logo no início de seu ministério:

“Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias? Mas ele falava do templo do seu corpo. Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isto; e creram na Escritura, e na palavra que Jesus tinha dito” (João 2:19-22).

A Palavra diz:

Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo (Romanos 10:9).

Esta é a obra de Deus:

Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus (Efésios 2:5-7).

Peço a Deus que você creia, sem duvidar de qualquer detalhe. Em Jesus temos tudo, fora dele não há nada. Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).

Pai, nós Te agradecemos, de todo nosso coração, pela ressurreição de Cristo. Nós Te agradecemos pela cruz, onde nossa dívida foi paga e pela ressurreição, que também é a nossa ressurreição para uma nova vida. Somos profundamente gratos a ti, Senhor Jesus Cristo, por nos amar tanto. Somos gratos por nos ter dado a certeza da tua ressurreição e exaltação. Pai, esta é a base da nossa fé: Porque Ele vive, nós também viveremos.
Pai, Pela fé em Jesus, herdamos Sua vida de ressurreição e um dia, embora nossos corpos físicos vão se desmanchar, nossas almas serão liberadas para Tua presença eterna Pai, nós oramos que ninguém deixe este lugar sem um pleno conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Que este seja um dia de ressurreição para muitos. Oramos em nome de nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitado, Amém.


Este sermão faz parte de uma série de 9 sermões de John MacArthur, conforme links abaixo.


Esta é uma série de sermões traduzidos de John MacArthur sobre todo o Evangelho de João.
Clique aqui e acesse o índice ordenado por capítulo, com links para leitura.


Este texto é uma síntese do sermão “The Death Conqueror”, de John MacArthur em 02/04/1972.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/1576/the-death-conqueror

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno


 


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