O Falso Entusiasmo da Multidão

João 12
12 No dia seguinte, ouvindo uma grande multidão, que viera à festa, que Jesus vinha a Jerusalém,
13 Tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor.
14 E achou Jesus um jumentinho, e assentou-se sobre ele, como está escrito:
15 Não temas, ó filha de Sião; eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta.
16 Os seus discípulos, porém, não entenderam isto no princípio; mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito dele, e que isto lhe fizeram.
17 A multidão, pois, que estava com ele quando Lázaro foi chamado da sepultura, testificava que ele o ressuscitara dentre os mortos.
18 Por isso a multidão lhe saiu ao encontro, porque tinham ouvido que ele fizera este sinal.
19 Disseram, pois, os fariseus entre si: Vedes que nada conseguimos? Eis que toda a gente vai após ele.

Um dia de “hosanas”, um dia de “aleluias”, um dia em que uma multidão bradou: “Jesus, o Rei que veio em nome do Senhor!” Os corações estavam cheios de júbilo com a chegada do Messias tão esperado! A ressurreição de Lázaro dentre os mortos fez com que aquela multidão cresse. Este foi um grande dia! Um dia de esperança!

Mas, no entanto, as “hosanas” foram silenciadas, e seu entusiasmo se transformou em indiferença e, até sexta-feira, em ódio. E Jesus foi crucificado por uma multidão sedenta de sangue, constituído pelas mesmas pessoas que o tinham saudado como Rei. A multidão clamava: “Crucifica-o” (Marcos 15:14) e seus líderes diziam: “Não temos rei, senão César” (João 19:15).

Jesus, ao entrar na cidade, ouvindo os “hosanas” e os elogios, sabia que tudo aquilo resultaria em sua morte. A sua hora é chegada. Ele iria morrer na Páscoa como Cordeiro pascal. Ele sabia que o entusiasmo da multidão teria o efeito de enfurecer ainda mais os líderes religiosos. Ele estava forçando o Sinédrio para se cumprir o tempo de Deus.

O Sinédrio tinha planejado matar Jesus há muito tempo, mas eles não queriam fazer isto neste momento. Eles não queriam executá-lo com tanta agitação em Jerusalém em função da Páscoa.
Mas, o impacto da presença de Jesus em Jerusalém levou os líderes religiosos a apressarem seus planos contra Ele.

Jesus tinha estado em Betânia, na casa de Lázaro, Maria e Marta. Era de manhã e Ele havia deixado Betânia, talvez se aproximando da encosta leste do Monte das Oliveiras, logo acima da pequena cidade de Betânia. Ele, então, enviou dois dos seus discípulos a entrar em uma aldeia ao lado para obter um jumentinho e uma jumenta para Ele (Mateus 21:2).

E quando os proprietários foram informados do motivo (o motivo, simplesmente, era: “O Senhor precisa deles”, eles imediatamente permitiram que os levassem, talvez indicando que eram seguidores de Jesus. E Jesus escolheu o jumentinho para cavalgar sobre ele – o mais humilde dos dois humildes animais. E assim Jesus começou seu passeio para Jerusalém.

Havia uma comitiva com ele, não somente pessoas que eram associadas a Maria, Marta e Lázaro, mas outras pessoas que tinham sido surpreendidas e testemunharam de uma forma o milagre da ressurreição de Lázaro. Ele vinha acumulando pessoas ao longo de todo o caminho, porque ele estava vindo da Galileia, onde passou e havia ensinado. E como ele veio através de Jericó, onde fez alguns milagres, sem dúvida, adicionou ainda mais pessoas à comitiva que agora estava com ele. E quando ele se aproxima da encosta do Monte das Oliveiras, ele reunia uma multidão.

Essas pessoas estão agora convencidas de que Jesus é o Messias. Eles ouviram seus ensinamentos, sua pregação, sua sabedoria, as perguntas que confundia os mais brilhantes líderes religiosos e viram seus milagres. E a Bíblia diz (observando-se os quatro evangelhos), que eles começaram a jogar em seus pés ramos de palmeiras e as roupas que eram para fazer um caminho, e bradavam: “Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!” (Mateus 21: 8-9).

Em razão da Páscoa, naquela semana estavam em Jerusalém mais de dois milhões de pessoas. “E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este?” (Mateus 21:10)

Zacarias 9
9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.

O próprio fato de que Ele está montando no filho de jumenta, em vez de em um cavalo branco, era uma maneira de Jesus demonstrar que Ele era um rei, mas não do tipo que eles esperavam. Eles estavam procurando um conquistador militar. Eles estavam à procura de um cavaleiro sobre um cavalo branco que iria derrubar Roma. Eles estavam à procura de alguém para liderar um golpe. Eles queriam uma rebelião em grande escala. Eles queriam uma guerra contra Roma.

Mas Jesus não estava trazendo a guerra, mas a paz. E ele não viria como um assassino, mas para ser morto. Quando um rei montava um cavalo, especialmente um cavalo branco, ele estava em rumo de conquista e guerra. Quando um rei monta um jumento, é a paz. Nenhum soldado romano iria relatar que Jesus vindo sob um jumento parecia ser uma ameaça.Haverá um tempo em que Jesus virá montado em um cavalo branco (Apocalipse 19:11), e ele será uma terrível ameaça contra os inimigos de Deus.

Vendo Jesus sentado em um jumentinho, Eles começaram a gritar: ‘Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Você tem aí duas profecias sendo cumpridas imediatamente. Eles estão jogando os ramos das palmeiras a seus pés. Em tempos antigos, eram símbolos judaicos de força, beleza, alegria e salvação.

Assim as pessoas saudaram Jesus como o herói conquistador, o redentor político e o libertador da dominação romana. E quando dizem a palavra: “Hosana”, que significa “salve-nos”, eles realmente quiseram dizer: “Traga a revolução agora, livra-nos da escravidão romana.Não era uma coisa espiritual que eles estavam pedindo, mas política, econômica e social. A euforia alcança o ponto culminante; o apoio público a Jesus chega ao nível mais elevado.

No versículo 13, também devemos notar que eles disseram: “Bendito é o Rei de Israel que vem em nome do Senhor”, que é do Salmo 118:26. Todo este salmo havia sido incorporado ao ritual dos dias festivos. Por ocasião das principais festas judaicas, os peregrinos que chegavam a Jerusalém podiam ser saudados com esse Salmo. O povo clamava um pedido de socorro a Deus. A libertação orquestrada por alguém que viria da parte de Deus. É realmente uma promessa messiânica, e eles, portanto, identificaram Jesus como o Messias.

Mateus nos diz que também que a multidão disse: “Hosana ao Filho de Davi” (Mateus 21:9). Deve ter sido do conhecimento comum que seu pai terreno, José, era da linhagem de Davi, como era sua mãe Maria, e que Ele tinha direito ao trono. Então, eles o viram como o Messias, o Rei e Libertador. Eles sentem que a qualquer momento Ele poderia usar o entusiasmo da multidão e fazer um levante contra Roma com seu poder sobrenatural, provado ao ressuscitar Lázaro.

Os fariseus, por sua vez, estavam em estado de pânico. Eles não queriam Jesus como o Messias e sim como um morto. E estavam tramando a sua morte o tempo todo. Furiosos com aquela cena, eles dizem a Jesus: “Mestre, repreende os teus discípulos” (Lucas 19:39). Em outras palavras: “Você tem que dar um basta a isso”.

Eles não poderiam aceitá-lo como o Messias. Jesus tinha literalmente desmontado todo o sistema religioso deles e demonstrado a falsidade deles desde o primeiro sermão. Mas Jesus, ignorando o pedido deles, respondeu: “Digo-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão!” (Lucas 19:40).

Seus discípulos não entenderam nada. Primeiro ele falou que sua morte era iminente, e agora ele está vindo como um rei. Mas “quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito dele” (v.16)

Como isso aconteceu? Bem, depois que Jesus foi glorificado e foi para o céu, o que Ele fez? Ele enviou o Espírito Santo, certo? Lembre-se, a Escritura diz que o Espírito Santo não poderia vir porque Jesus não havia ainda sido glorificado. Então, quando Jesus foi glorificado, ele enviou o Espírito Santo. Ele havia dito que o Espírito Santo “vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26). Eles tiveram que esperar por essa “unção”, que pertence a cada crente, como João escreveu em I João 2:27. Eles não conseguiam dar sentido a tudo que acontecia.

Lucas 19
41 E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,
42 Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.

E quando Jesus entrou na cidade sob aclamação, ele chorou e lamentou. Nada disso fazia sentido para os discípulos. Se ele estava para ser morto, por que aquela aclamação? E diante das “Hosanas”, por que ele estava chorando? E depois que ele foi morto, eles não sabiam o que havia acontecido.

No caminho de Emaús (Lucas 24: 13-33) eles estavam num caos completo. Eles não tinham ideia do que havia acontecido – não acreditavam na ressurreição até que Jesus Se revelou a eles. Então, eles ficaram definitivamente perplexos; e eles realmente não entenderam tudo até que o Espírito Santo fosse derramado dos Céus. E então eles se lembraram as profecias messiânicas que falavam sobre Jesus com uma entrada triunfal, mas também aquelas profecias que indicavam ele tinha que morrer também.

Na entrada de Jesus em Jerusalém temos também as pessoas volúveis, a parte mais triste de todos. Uma multidão veio atraída pelo milagre da ressurreição de Lázaro. Ela queria coroá-lo Rei por este sinal (João 12: 17-18). Não era que eles estavam particularmente interessados em Jesus; eles estavam interessados em milagres e sinais.

Certa vez Jesus disse aos que lhe pediam sinais: “Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se” (Mateus 16:4). Aquela era a mesma multidão que um pouco mais tarde estava clamando pela morte de Jesus. Era o mesmo tipo de multidão que seguiu Jesus para conseguir comida de graça (João 6). E que o abandonou quando ele falou sobre as implicações de segui-lo.

Vemos também os fariseus frustrados (João 12:19). Eles já haviam pedido a Jesus que mandasse a multidão parar com toda aquela aclamação.
Eles provavelmente consideravam uma blasfêmia, Jesus aceitar as honras que pertenciam apenas ao Messias. Finalmente os fariseus percebem que a situação estava fora do controle e ficam apavorados.

Em João 11:47-48 os sumos sacerdotes e os fariseus convocaram um conselho e disseram que Jesus estava realizando muitos sinais. E que todos poderiam crer nele, e os romanos tirariam lugar deles. Em João 11:53, eles decidiram mata-lo.
Mas estava difícil fazer isto diante de uma multidão aclamando ele como rei. Eles queriam vê-lo morto; a multidão o queria reinando.

João 12
20 Ora, havia alguns gregos, entre os que tinham subido a adorar no dia da festa.
21 Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus.
22 Filipe foi dizê-lo a André, e então André e Filipe o disseram a Jesus.
23 E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado.
24 Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.
25 Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.
26 Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.

E, em seguida, temos alguns gregos. Obviamente, eles eram prosélitos do judaísmo, de modo que eles vinham à época da Páscoa. E esses gentios queriam ver Jesus. Eles queriam fazer algumas perguntas específicas. Eles estavam realmente interessados nele. Isso não era como a multidão de fariseus. Os fariseus queriam um sinal, o resto da multidão queria uma revolução e esses gregos queriam fazer-lhe perguntas específicas.

Quando Salomão construiu o templo ele projetou um tribunal para os gentios. No templo de Herodes, houve uma corte semelhante dos gentios. Eles foram aceitos como prosélitos do judaísmo. Então, aqui vêm esses gentios, e eles querem uma entrevista com Jesus. Os líderes religiosos estão prestes a matar Jesus No meio da incredulidade e ódio da religião, são alguns gentios que realmente querem saber a verdade.

Eles queriam entender quem Jesus era. E eu realmente acredito que aqui é um pequeno vislumbre da Igreja. Em Ageu 2:7 diz: “E farei tremer todas as nações, e virão coisas preciosas de todas as nações, e encherei esta casa de glória.” E aqui está Ele; e aqui estão as nações. Ele veio para os seus, mas eles não o receberam. Mas as nações querem saber.

Eles foram a Filipe, pedindo para falar com Jesus. Filipe tinha ouvido Jesus dizer que “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 15:24), mas também ouviu Jesus dizer que “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco” (João 10:16). Em seu dilema, Filipe foi a André: “O que vamos fazer sobre isso?” Quando Filipe e André conversaram com Jesus na presença dos gregos, Jesus respondeu: “É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado.

A reação imediata poderia ter sido: “Uau, nós vamos ter um golpe! ‘Glorificado’ significa ‘exaltado, honrado, levantado’. Ele vai tomar o poder de César!” Mas em vez disso, Jesus diz uma coisa incrível no versículo seguinte: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.”

Que choque! Todos estão na expectativa de que algo extraordinário estaria para acontecer. Ele tinha a multidão ao seu lado. Era um momento perfeito para iniciar uma revolução. Se ele tinha o poder de ressuscitar os mortos, então ele certamente teria o poder de matar os vivos – e ele poderia liquidar os romanos facilmente.
Mas em vez de falar sobre a conquista, ele diz a este pequeno grupo de gentios, juntamente com os discípulos que lhes trouxeram: “Eu vou morrer. Porque o grão de trigo tem que cair no chão e morrer antes que ele possa dar fruto.”

Enquanto um grão permanece no celeiro, nada acontece, porque a vida está nele; ele é preservado pela casca. A casca tem que se decompor, assim a vida pode sair. Ao se decompor o grão morre e a vida brota. Jesus está falando sobre si mesmo. Ele não podia trazer a salvação através de um golpe ou uma revolução contra Roma. Ele não podia trazer a salvação por uma mudança econômica. Ele se compara a um grão de trigo. E Ele diz: “Se eu vou trazer vida, eu tenho que morrer. Se eu não morrer não haverá vida”. Não há nenhuma colheita espiritual sem morte. Seu poder vivificante é possível graças a sua morte.

O Filho do homem, Deus encarnado, está chegando a Jerusalém para morrer – o Rei vem para morrer. Seu exemplo não poderia dar vida. Sua transfiguração não poderia dar a vida. Ele tinha que morrer. E é por isso que o escritor de Hebreus diz:

Hebreus 12
2 Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”.

Ele podia ver o passado da morte e contemplar a vida que viria. Ele é o substituto que morreu e produziu muito fruto. Mas há também um princípio análogo que se aplica ao resto dos homens, e que está no versículo 25: “Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna”.

O que ele está dizendo? “Eu vou morrer, e você também terá que morrer. Eu tenho que morrer para trazer vida, e você terá que deixar sua vida também. Você vai ter que odiar sua vida que tem neste mundo, e amar a vida que está por vir. Você terá que estar disposto a tomar a sua cruz e me seguir”. Você está disposto a ir pelo mesmo caminho que eu vou? Assim o Pai o honrará. Mas não é um caminho de triunfo e de exaltação; é um caminho através do sofrimento; e pode até ser um caminho através da morte. Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me (Marcos 8:34).”

Aqueles gregos vieram a Jesus para perguntar que está acontecendo, e ele quebra as suas ideias sobre a criação de uma espécie de reino e de expulsão do exército romano. Ele diz, basicamente: “Eu vou morrer. E não é só eu que vou morrer. Se você decidir seguir-me, você também terá que morrer”. Eles poderiam ser mortos pelo mundo. Eles certamente seriam quebrados, humilhados e teriam que sacrificar tudo. Mas no final, seriam honrados por Deus. Essa é a mensagem que Ele lhes dá. Aquele pequeno grupo de pessoas era o tipo simbólico da Igreja que estava por vir no meio de um Israel inconstante.

João 12
27 Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora.
28 Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei.
29 Ora, a multidão que ali estava, e que a ouvira, dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.
30 Respondeu Jesus, e disse: Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós.

Jesus sabia que aquelas “hosanas” eram superficiais. A multidão era inconstante, e ela está prestes a clamar pela sua morte. Ele está assombrado agora pela cruz. Ele começa a tocar profundamente na sua humanidade. Ele diz: “Agora a minha alma está perturbada.”

Podemos comparar com Lucas 22: 42-44, onde no Monte das Oliveiras Ele estava suando gotas de sangue, por causa da agonia. Ele estava sentindo tremenda emoção sobre a realidade da morte; não há dúvida de que isto o moveu profundamente. Ele não enfrentaria apenas o sofrimento físico e a vergonha, mas a separação de Deus. Ele não foi para a cruz sem sentimento.

Sua morte não foi a mesma morte de um cristão. Você entende isso? Um cristão vai à morte sem terror, porque o terror foi removido por perdão da cruz. E não foi a mesma morte de um incrédulo, porque um incrédulo não tem ideia do que o espera. Foi a morte de alguém que compreendeu plenamente o que estava por vir: A vergonha, o opróbrio, a dor e a maldição do pecado sobre si. Ele era o Cordeiro que foi morto desde antes da fundação do mundo (Apocalipse 13:8). Com perfeito conhecimento de cada detalhe, Ele antecipou mentalmente o que Ele iria sofrer.

Ele disse: “e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora” O versículo 28: “Pai, glorifica o teu nome”. Isso é o mais glorioso. O objetivo mais nobre em todo o universo: Que Deus seja glorificado! Cristo viveu para isto. Naquele momento particular, o versículo 28 diz: “Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei”.

A mesma voz, a voz do Pai, que falou em seu batismo (Mateus 3:16-27) e na sua transfiguração (Mateus 17:5), agora fala novamente. “Eu te glorifiquei no passado e vou te glorificar de novo”. Ele estava falando sobre a cruz e a ressurreição. Esta é a autenticação, a verificação, a afirmação do Santo Deus sobre a pessoa e a obra de Jesus Cristo. Isto tem por fundo a aliança eterna, onde o Pai e o Filho são comprometidos com a glória um do outro. A multidão pensou ter sido um anjo que falou ou um trovão que rugiu. Eles não sabiam.

Deus sempre se revelou aos que tem ouvidos espirituais. Também suas parábolas não eram entendidas pelas multidões porque seus ouvidos estavam tapados e seus corações endurecidos (Mateus 13:15). Em seguida, no versículo 30, “respondeu Jesus, e disse: Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós”. Isto deve ter sido compreendido por alguém; caso contrário, como poderia ter sido para eles? Penso que deve ter sido aquele pequeno grupo de gregos que queriam conhecê-lo. Sempre no meio da multidão inconstante há algum remanescente buscando a verdade – neste caso, alguns gentios. Uma pequena prévia da Igreja.

João 12
31 Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo.
32 E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.
33 E dizia isto, significando de que morte havia de morrer.

Todo homem será julgado pelo que ele faz com a cruz de Cristo. Quando Jesus morreu na cruz, ele estabeleceu o padrão para o Juízo. É pela cruz que cada homem é julgado. Você crê na cruz, você está salvo; você rejeita a cruz, você está perdido.

O príncipe deste mundo foi lançado fora. A cabeça de Satanás foi ferida na cruz. O império da morte, que foi dado a ele, de acordo com Hebreus 2:14-15, foi tirado dele. Satanás foi condenado. Ele agora está no corredor da morte, para futuramente ser preso no lago de fogo (Apocalipse 20:10).

O mundo pensou que estava julgando a Cristo. Mas Cristo é quem estava julgando o mundo. Satanás pensou que estava julgando a Cristo. Mas Cristo é quem estava julgando a Satanás. E, por fim, Cristo foi levantado na cruz como um sacrifício pelo pecado; e a cruz torna-se o ímã que atrai os pecadores a Ele para o perdão e para a vida. Assim como a serpente no deserto se elevou, e todos que olharam para ela foram curados (Números 21:8-9), então todos que olharem para a cruz são salvos.

Que dia!

  • O mundo o julgou? Não, Ele julgou o mundo.
  • Satanás o julgou? Não, Ele julgou a Satanás.
  • Eles o levantaram como um criminoso? Não, Ele foi levantado como um salvador.
  • Ele foi levantado na vergonha? Não, Ele foi levantado na salvação.
  • Foi o reverso de tudo que as trevas planejaram.
  • O Rei veio, mas ele veio para morrer, para que os homens pudessem viver.
  • O grão teve que morrer. Estava no conselho de Deus. E por causa de sua morte, os nossos pecados podem ser perdoados.

João 3
14 E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;
15 Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
19 E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.


Leia Também:


Esta é uma série de sermões traduzidos de John MacArthur sobre todo o Evangelho de João.
Clique aqui e acesse o índice ordenado por capítulo, com links para leitura.


Este texto é um resumo do sermão “The Coronation of the King”, de John MacArthur, em 09/04/1995

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/80-139/the-coronation-of-the-king

Tradução e síntese realizadas pelo Site Rei Eterno


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